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MP da TV pública deve ser votada hoje com emenda julgada polêmica
Texto faz TV privada ceder à TV Brasil evento esportivo exclusivo não transmitido
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem consenso, a medida provisória que criou a TV Brasil será colocada para votação hoje
na Câmara com alteração considerada polêmica até pelo governo. Em seu parecer, o deputado Walter Pinheiro (PT-BA)
incluiu a exigência de que a TV
privada que fechar contrato de
exclusividade em torno de um
evento esportivo, e resolver
não transmiti-lo, fica obrigada
a ceder a transmissão para a TV
pública caso haja participação
de "equipes, times, seleções e
atletas brasileiros representando oficialmente o Brasil".
A oposição quer retardar a
votação ou derrubar a MP.
"O setor entende essa medida como muito prejudicial. Entende que isso contraria qualquer contrato formal entre a
emissora e a entidade esportiva
e representa uma apropriação
indébita", disse o presidente da
Abert (Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão), Daniel Pimentel Slaviero.
A Central Globo de Comunicação disse ter a mesma posição.
"É iniciativa polêmica, mas
usual em outros países, como a
Argentina", disse Tereza Cruvinel, da direção da TV Brasil.
Pinheiro alega que cidadãos
não podem ser privados de assistir a jogos de seu país. Ontem, deputados aliados participaram de ato com entidades favoráveis à TV Brasil.
Outra alteração feita por Pinheiro é a que prevê uma nova
fonte de receita para a TV Brasil -10% da taxa de fiscalização
de funcionamento paga pelas
empresas de telecomunicação
e radiodifusão, o que eqüivale a
cerca de R$ 150 milhões ano
ano, segundo Pinheiro-, além
dos R$ 350 milhões já previstos
no Orçamento para este ano.
O valor gerou insatisfação
entre os oposicionistas. "Temos que fazer nosso papel, de
mostrar para a sociedade que
no mesmo momento em que
faltam remédios nos hospitais,
o governo gasta milhões para se
promover", disse o deputado
Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).
O relator acrescentou ainda
emenda que prevê mais dois integrantes ao Conselho Curador
da TV, ambos indicados pelo
Congresso.
(RANIER BRAGON e MARIA CLARA CABRAL)
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