São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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"Meu tempo de clandestinidade acabou", diz Dirceu

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DAS ENVIADAS A BRASÍLIA

Quatro anos após ser cassado pela Câmara dos Deputados e dois anos e meio após ser declarado réu sob acusação de chefiar o esquema do mensalão, José Dirceu, 63, centralizou atenções na manhã de ontem, na abertura do congresso petista, dizendo que participará ativamente da campanha de Dilma Rousseff, subindo em palanques e negociando alianças.
"Meu tempo de clandestinidade acabou", afirmou o ex-ministro, dizendo que fez 70 visitas aos Estados em 2009 devido a convites que recebeu de partidos aliados e dos governadores.
Sorridente, mais magro do que o habitual, Dirceu disse ainda que não acredita que o seu apoio represente ônus para a petista: "Até agora tenho sido absolvido em todos os julgamentos. No Supremo Tribunal Federal [onde foi declarado réu em 2007], espero ser julgado no ano que vem", disse.
Dirceu fez prognósticos de crescimento da candidatura de Dilma. E, à vontade, o ex-deputado brincou com militantes, entre eles a economista Maria da Conceição Tavares. "Dá licença, que agora vou conspirar um pouco", disse ele. Ao que comentou Tavares, 80, depois que ele saiu: "Conspirar é a vocação natural desses meninos".
Questionada sobre o apoio de Dirceu, Dilma Rousseff respondeu que "todos os dirigentes do PT, todos os militantes do PT são bem-vindos".
Dirceu não quis responder às críticas de Ciro Gomes (PSB), que o acusou de patrocinar golpes nos Estados e de trabalhar para destruir Lula. "O Brasil todo sabe que passei a vida toda tentando destruir o Lula", ironizou. Negou que tenha estimulado o PT do Ceará a lançar candidatura rival ao governador Cid Gomes (PSB), irmão de Ciro, caso este mantivesse sua postulação à Presidência.
Dirceu foi eleito para o Diretório Nacional do PT em 2009, mas não integrará a Executiva, embora tenha sido convidado.


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