São Paulo, quinta, 19 de fevereiro de 1998

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Painel

Conta que não fecha
Os oposicionistas do PMDB dizem que os governistas têm menos votos do que contabilizam entre os delegados do Rio Grande do Sul, Acre, Tocantins, Piauí e Pará. Como a votação na convenção é secreta, crêem que FHC poderá ser surpreendido.

Apelo emocional
Nos telefonemas para os convencionais do PMDB, Itamar diz que não está pedindo que votem contra FHC, mas que lhe dêem, pelo menos, a chance de tentar ser candidato a presidente. E repete o argumento de que a convenção que vale é a de junho.

Jogo sujo
Na guerra que se trava entre as alas do PMDB, circula que o Sebrae (entidade de apoio empresarial) estaria sendo instrumentalizado de forma heterodoxa por auxiliares de Itamar Franco para aliciar convencionais.

Abertura rápida
A Agência Nacional do Petróleo recebeu ontem da Petrobrás as informações que faltavam sobre seus dutos de gás. Com isso, daqui a um mês as empresas que consumem o produto poderão importá-lo diretamente.

Sobra de caixa
Ao negar aumento global para o funcionalismo desde 95, o governo economizou R$ 4,2 bilhões. Mas teve de pagar R$ 1,69 bilhão em sentenças judiciais envolvendo salário. O cálculo é do Ministério da Administração.

Descobriu a pólvora!
Jacques Chirac disse a FHC ontem, por telefone, que teme que a invasão do Iraque acabe por fazer crescer o fundamentalismo e o sentimento anti-Ocidente entre os países árabes.

Vai ficar de castigo
Karen Jureidini Dias, 28, advogada de Collor junto à Receita, não gostou que cinegrafistas fizessem imagens dela fumando na coletiva de ontem. "É que meu pai não sabe", explicou.

Termômetro esquisito
O tucano Pedro Piva, que tem viajado com Covas, diz não ter dúvida de que ele será candidato à reeleição: "Hoje (ontem) ele não disse não nenhuma vez".

Testa-de-ferro
Maluf avalia que Pitta está desorientado. Como não quer se associar mais a ele, já que vem caindo em pesquisas na capital, articulou a entrada de Afif (PFL) no secretariado para tentar, indiretamente, reorganizar a Prefeitura de São Paulo.

Lavando as mãos
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não quer se meter na polêmica entre CVM, BNDES e governo paulista sobre a privatização da Cesp. "Não é de nossa competência"', diz o diretor-geral, José Mario Abdo.

Voto de amizade
Malan (Fazenda) diz ter "excelentes relações" com Kandir. Afirma que nunca reclamou de previsões do colega do Planejamento e que nunca as relacionou à busca de espaço na mídia. "São prognósticos cuidadosos e sempre contextualizados."

Jogo de empurra
Antes de Sergio Amaral dizer anteontem que o governo não tinha nada a ver com os blecautes no Rio, o Planalto já havia analisado os contratos com a Light e a Cerj. Concluiu que a Aneel tem instrumentos de sobra para enquadrar as empresas.

Mister Magoo
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, diz que não vê violação da lei eleitoral nas propagandas do "Brasil em Ação" feitas pelo ator Rolando Boldrin. "As matérias da competência do TSE são examinadas pelos sete juízes da corte."

Fatura antiga
Em 64, o então ministro Darcy Ribeiro (Casa Civil) deu um cheque de Cr$ 1 milhão para entidades estudantis, que foi sustado depois do golpe. Agora, um grupo de advogados paulistas tenta convencer o governo a trocar o cheque por outro, com fundos.

Contando os trocados
A taxa de embarque pesou na decisão da Infraero de manter os vôos da ponte aérea Rio-São Paulo no Galeão. Se fossem para o terminal da Varig no Santos Dumont, o órgão perderia os R$ 7,20 que recebe por passageiro.

Folha, 77
A Folha faz hoje 77 anos.

TIROTEIO

De José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre a Light ter levado claque para a audiência pública anteontem no Rio:
- Se ficar provado que a empresa montou essa farsa, a Aneel tem que processar criminalmente a diretoria.

CONTRAPONTO

Gol contra
Candidato a vereador em Itaberaba, cidade da região da Chapada Diamantina, no interior da Bahia, Miguelzinho (PDT) foi visitar o bairro Barro Vermelho, durante a eleição de 96.
Lá recebeu os jogadores de um time de futebol da várzea local, que lhe pediram uma bola.
Miguelzinho raciocinou rápido: são 11 votos, mais os dos reservas e de alguns familiares. E resolveu atender ao pedido.
Apurados os votos, Miguelzinho não se elegeu.
Desconfiado de que havia sido traído, preparou uma vingança.
No sábado seguinte, foi assistir ao jogo do time de Barro Vermelho e ficou atrás do gol.
Na primeira oportunidade, Miguelzinho agarrou a bola e saiu correndo.
A história se espalhou e, hoje, ele não pode andar na cidade sem ouvir o chiste:
- Vai que é sua, Taffarel!
Mas Miguelzinho não se abala. Promete devolver a bola se for eleito em 2000.



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