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Lula quer
apoio de
dissidentes
do PMDB
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O virtual candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, disse ontem que o
partido pretende cooptar dissidentes do PMDB para as eleições
de outubro. Isso pode ocorrer caso
o PMDB não tenha candidato próprio à sucessão de Fernando Henrique Cardoso.
"Estamos convictos de que
qualquer que seja a definição do
encontro do PMDB no dia 8 (convenção nacional), nós ganhamos", disse ele ontem, durante visita a Governador Valadares, leste
de Minas Gerais.
Anteontem em Belo Horizonte,
Lula havia afirmado que, se o
PMDB decidir pela candidatura de
Itamar Franco à Presidência, é
bom para o PT, por dividir a base
de sustentação de FHC e por diminuir o tempo de propaganda eleitoral gratuita dele na televisão.
Segundo Lula, se a definição do
PMDB for pelo apoio à reeleição
de Fernando Henrique Cardoso,
"grande parte" dos parlamentares do partido apoiará a oposição.
"Queremos apoio de uma parcela à minha candidatura. Muitas
lideranças nacionais como o senador (Roberto) Requião (PR) fatalmente não vão entrar nessa canoa
(apoio a Fernando Henrique Cardoso)", afirmou.
Em um acampamento de
sem-terra em Governador Valadares, Lula voltou a dizer que o apoio
do MST para sua candidatura é a
mesma coisa de os banqueiros
apoiarem FHC.
"Se fosse apoio a ele (FHC), será
que ele não iria querer? Ele já estaria convidando o MST para um
coquetel no Palácio do Planalto",
disse Lula.
Sobre o possível candidato a vice, Leonel Brizola, Lula disse que
terá orgulho em dividir uma chapa
com ele.
"Brizola e Arraes são os remanescentes de 64 que conquistaram
o direito de andar de cabeça erguida. Têm integridade, moral e ética."
Lembrado das antigas trocas de
insultos entre ele e o ex-governador Leonel Brizola, Lula respondeu: "O que estamos construindo
não são as mágoas de 89, mas uma
proposta generosa para 98".
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