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JANIO DE FREITAS
Medidas de defesa
Tão logo se convenceu de
que a solução diplomática
para o problema americano/iraquiano se tornava improvável, o governo brasileiro pediu à
embaixadora dos Estados Unidos, Donna Hrinak, que transmitisse ao seu governo, e particularmente ao presidente Bush,
a quase certa necessidade brasileira de adotar medidas inconvencionais, nas suas relações
econômicas com empresas e entidades estrangeiras, em caso de
guerra no Iraque.
As prováveis providências foram chamadas de "medidas de
defesa", a partir do argumento,
exposto à embaixadora, aqui
sintetizável na frase, de fato proferida, "os países desenvolvidos
vão fazer a guerra, mas os países
em desenvolvimento é que vão
sofrer as consequências, então
precisamos de medidas defensivas".
A iniciativa brasileira, adotada em meado de fevereiro, quis
evitar a interpretação, no governo americano, de que as medidas tivessem o sentido de hostilidade aos Estados Unidos, conhecida a posição brasileira
contra a precipitação da guerra.
A embaixadora Donna Hrinak tem mantido contato frequente com integrantes do governo fora da área diplomática.
Foi o caso em relação à mensagem, exposta como procedente
da Presidência.
O gênero de medidas depende,
é claro, dos reflexos negativos -
se houver - que a guerra lance
sobre a economia brasileira.
Mas o fato de que o FMI tenha
sido destinatário de comunicação equivalente à recebida por
Donna Hrinak sugere que, por
"medidas de defesa", deve-se
entender alterações relativas a
compromissos externos e a certas "metas" de política econômica estabelecidas pelo acordo
com o Fundo.
Os efeitos negativos, então,
talvez não devam levar tal adjetivação.
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