São Paulo, domingo, 19 de março de 2006

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CASO TONINHO

Segundo ela, prefeito não foi morto por Andinho e arma está em Sumaré

Testemunha dá nova versão para assassinato de petista

Moacyr Lopes Júnior - 18.out.2000/Folha Imagem
Antonio Santos, o Toninho do PT, prefeito de Campinas assassinado


MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Uma nova testemunha no caso do assassinato do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, disse que a arma do crime, uma pistola 9 mm, está no Fórum de Sumaré, no interior de São Paulo.
A localização da arma pode mudar a versão oficial do crime e esclarecer quem matou o prefeito, assassinado na saída de um shopping em 10 de setembro de 2001.
A Polícia Civil e o Ministério Público concluíram que o crime foi "comum" e que Toninho foi morto pela quadrilha do seqüestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho, que nega a acusação.
A polícia diz que Andinho e três comparsas estariam no mesmo carro de onde partiram os disparos. Apenas Andinho continua vivo. Os outros foram mortos em ações policiais. Pela versão da testemunha, Andinho e a quadrilha não estão envolvidos no crime.
A testemunha é Geraldo Rodrigues de Lima, ex-proprietário de uma boate de Sumaré, que está preso há setes meses no Centro de Ressocialização da cidade sob a acusação de manter casa de prostituição. Ele foi ouvido informalmente na última quarta-feira pelo procurador-geral do Estado em Campinas, Silvio Artur Dias da Silva, e relatou a versão.
A Folha teve acesso à gravação das declarações prestadas por Lima ao procurador. Lima revelou nomes de pessoas que podem ajudar na identificação de dois homens que, segundo ele, são os autores do crime. O procurador pedirá na segunda-feira ao juiz do caso, José Henrique Torres, que ouça a testemunha. Ele também requisitará a relação de pistolas 9 mm apreendidas em Sumaré desde de setembro de 2001.

Namorado
Lima diz que tomou conhecimento da história por meio de uma das mulheres que trabalhavam na boate dele. Ela afirmou a ele, entre o fim de 2001 e o início de 2002, que o namorado dela era o autor do crime contra o prefeito, que usava uma arma 9 mm e possuía um carro de cor prata.
"Essa mulher disse que o namorado dela matou o prefeito e usava uma pistola 9 mm, que depois foi apreendida em Sumaré."
A informação sobre o carro coincide com o depoimento de diversas testemunhas no processo, que declararam à Justiça que os autores do crime estavam em um carro de cor prata.
Lima descreveu a mulher e deu nomes de pessoas que podem localizá-la no Paraná, para onde ela se mudou.
Ele disse que sua ex-mulher, Margareth Guimarães de Souza -que está presa pela mesma acusação que ele na Cadeia de Monte Mor (SP)-, poderá revelar o nome da funcionária e de seu namorado, o suposto autor do assassinato. O procurador ouvirá a ex-mulher de Lima nesta semana.
"É uma testemunha importante porque pode esclarecer a morte do prefeito, ao indicar a localização da arma. Descobri essa testemunha casualmente, por meio de uma pessoa que me encontrou no Fórum de Campinas. Ele [Lima] passou muita confiança no que disse", disse o procurador.


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