CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SANDOVALINA

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu na madrugada de ontem a Fazenda São Domingos, em Sandovalina (624 km a oeste de SP). Cerca de 400 militantes participaram da ação, a 23ª invasão deste ano no Pontal do Paranapanema.
Oriundos de quatro acampamentos da região, os sem-terra chegaram à propriedade por volta das 6h30 em quatro ônibus, dois caminhões e vários carros.
Eles destruíram cerca de 300 metros de pasto para montar os barracos, na divisa da área de segurança da multinacional Duke Energy, empresa de geração de energia que controla oito usinas hidrelétricas no rio Paranapanema, no oeste e sudoeste dos Estados de São Paulo e Paraná.
Não houve conflito. Até o fim da manhã, a Polícia Militar não havia ido ao local. O coordenador regional do MST Aparecido Maia disse que a invasão é uma "ofensiva contra os males do agronegócio".
O membro da direção regional Manoel Messias Duda disse que a ação é um protesto contra a "lentidão" do governo Alckmin na condução da reforma agrária. Segundo o advogado que representa o proprietário da fazenda, a área invadida tem 89 alqueires. Ele disse que irá pedir a reintegração de posse amanhã. A cerca de dois quilômetros do acampamento, trabalhadores preparavam a terra para o plantio de milho.
A fazenda é considerada um símbolo para o MST não só pelas 15 invasões desde 1995, mas por conflitos no local. Em setembro de 2003, em desocupação, sem-terra foram alvo de disparos e acusaram "jagunços da fazenda".


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