|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem lideranças na TV, PMDB renega "culto à personalidade"
DA REPORTAGEM LOCAL
As propagandas institucionais que o PMDB exibe desde a
última semana na TV não contam com a participação de senadores, deputados, governadores ou estrelas partidárias
porque o partido não quer culto
à personalidade, de acordo com
os publicitários responsáveis
pela campanha e lideranças do
partido.
Eles dizem ainda que a principal intenção é "fortalecer a
marca". O programa fala de
"ontem, hoje e sempre".
Ao citar a ditadura, um dos
atores diz: "Só quem viveu
aqueles tempos duros sabe
quanto o MDB foi importante
para mudar o país. E mudou".
Outro personagem cita a participação do partido na Constituinte e na Constituição. Foram utilizados cerca de 20 atores e 40 figurantes.
No filme principal, de 10 minutos, e nas cinco inserções
aprovadas, ficaram de fora os
presidentes da Câmara, Michel
Temer (SP), e do Senado, José
Sarney (AP); os líderes do partido nas duas Casas, Henrique
Eduardo Alves (RN) e Renan
Calheiros (AL); governadores,
como Sergio Cabral (RJ), e ministros, como Geddel Vieira Lima (Integração Nacional).
"Não tem culto a personagens. A tentativa é mostrar que
o todo é maior que o indivíduo,
ou seja, o partido é mais importante que possíveis lideranças,
que são momentâneas, circunstanciais. O partido, em tese, tende à eternidade", defende o deputado federal Eliseu
Padilha, presidente da Fundação Ulisses Guimarães.
A campanha (que não teve
seu valor revelado) foi realizada pela agência Pública Comunicação, dos publicitários Elsinho Mouco e Antonio Melo.
Eles fizeram no ano passado a
campanha de Amazonino Mendes (PTB) em Manaus e do general reformado paraguaio Lino Oviedo, preso acusado de
tentativa de golpe em 1996.
Também comandaram a
campanha de Edson Vidigal
(PSB) no Maranhão. Apesar de
derrotado, Vidigal ajudou a dividir o eleitorado, tirando a vitória de Roseana Sarney
(PMDB) no primeiro turno.
Jackson Lago (PDT) foi eleito
governador no segundo turno.
A Folha apurou que a Pública já negocia trabalhar com Roseana, que deve assumir o governo maranhense com a cassação de Lago no Tribunal Superior Eleitoral.
Segundo Antonio Melo, a
ideia da campanha do PMDB é
reforçar a marca do partido.
Ele diz que, normalmente, as
propagandas são "monopolizadas" por figuras políticas.
"O PMDB estava sob um ataque à sua marca muito sério.
Fez-se uma reconstituição da
história e falamos do futuro,
que é uma cobrança ao partido", afirma o publicitário.
Ele disse ainda que a decisão
de não colocar deputados, senadores e outros líderes partidários foi de Michel Temer,
presidente do partido.
Texto Anterior: PMDB agora exigirá assento permanente em fórum do governo Próximo Texto: Tião afirma que pagou por ligações de filha no México Índice
|