São Paulo, sexta-feira, 19 de março de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Poço reaberto

O desejo do governo de empurrar a definição sobre os royalties para depois da eleição dará fôlego ao lobby por mudanças em três pontos do marco regulatório do pré-sal já aprovados na Câmara: a regra que estabelece a Petrobras como operadora única dos novos campos, a que dá poder de veto à estatal gerenciadora da exploração e a que concede ao presidente da República livre arbítrio para compor a direção dessa nova empresa. Demandas sobretudo de petrolíferas privadas, elas têm o apoio de parcela significativa da oposição e até de integrantes da base aliada. A ideia é que, diante da saia justa em torno dos royalties, uma negociação mais ampla poderá ser aberta no Senado.




Com teto. Dilma Rousseff (PT) já alugou a casa no Lago Sul onde passará a morar após deixar o governo. O imóvel é térreo, tem três quartos e não fica de frente para o lago.

Bandeja. Ministros que preparam o evento do PAC 2, no dia 29, sugeriram que Lula deixe para Dilma o anúncio, na mesma data, da nova fase do "Minha Casa, Minha Vida".

Ponto futuro. Dilma deve martelar que até o final do ano um milhão de moradias estarão "contratadas" (hoje são 340 mil), mas que somente a continuidade do programa em 2011 pode assegurar que todas serão entregues.

Musical. O PC do B prepara um evento, no dia 8 de abril em Brasília, para oficializar apoio a Dilma. Além do vereador-cantor Netinho de Paula (SP), que pleiteia vaga para disputar o Senado por São Paulo, foram chamados Martinho da Vila e Leci Brandão.

Calculadora. Secretário-geral do PTB, Campos Machado contesta a contabilidade da ala pró-Dilma, que diz ter 15 diretórios estaduais a favor da ministra. "A convenção mostrará que eles não têm 20% do partido", diz o deputado, que, assim como o presidente da sigla, Roberto Jefferson, quer aliança com Serra.

Cédula. Marcos Belisário, secretário paulistano da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, é hoje o nome mais cotado para concorrer, pelo PV, ao governo paulista.

Ainda é pouco. De Nelson Jobim (Defesa), ontem na reunião sobre o programa de governo a ser elaborado pelo PMDB para apresentar a Dilma: "O PMDB não está no governo. Tem alguns ministros que estão no governo".

Modos de usar 1. Em depoimento dado ao Ministério Público na semana passada, o gravador-geral Durval Barbosa disse que, além de servir para enriquecimento pessoal e compra de apoio político, o mensalão candango engordou a remuneração de servidores e funcionou para "promoção pessoal" de José Roberto Arruda.

Modos de usar 2. Segundo Durval, recursos públicos foram usados para pagar despesas e bancar a aquisição de bens do ex-governador preso.

Ciúme. Deputados não se conformam com um trecho da lei de acesso a informações públicas, em tramitação na Câmara, segundo o qual o Congresso teria até 15 dias para fornecer o que lhe for solicitado. Argumentam que, quando acionam o Executivo, a resposta demora o dobro do tempo para chegar.

Next. Depois de conseguir aprovar a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do doleiro Lúcio Funaro, numa ressurreição da CPI das ONGs, a oposição tentará emplacar requerimentos transferindo sigilos bancários e telefônicos das extintas CPIs dos Correios e dos Sanguessugas.

Paiol. Tucanos e "demos" avaliam que Vaccari pouco acrescentará, seja pela atitude de confrontação, seja pela blindagem do PT. Mas Funaro, que já colabora com o Ministério Público, é considerado instável, além de ter mágoa de ex-caciques petistas com quem tratou na época do mensalão.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

Não temos ânimo para brigar com o Ciro. A nossa briga é outra.

De RICARDO BERZOINI, deputado e ex-presidente do PT, sobre os seguidos ataques feitos ao partido, e também ao aliado PMDB, pelo pré-candidato do PSB à Presidência da República.

Contraponto

Linguagem corporal

João Santana, marqueteiro da campanha de Dilma Rousseff, deixava a festa de aniversário de José Dirceu, na noite de terça-feira passada em Brasília, quando foi abordado pelo humorista Carioca, a quem cabe imitar a ministra no programa "Pânico na TV".
Disposto a levar a conversa na brincadeira, Santana passou a dar dicas sobre a composição da personagem:
-Você está muito bombado e com voz muito grossa- criticou o marqueteiro, que ouviu de bate-pronto:
-E você precisa fazer ela melhorar a postura- afirmou Carioca, forçando a curvatura das costas.
Santana achou melhor encerrar o papo e ir embora.


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