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Tucano dá versão diferente de ex-diretora
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do governo no Senado,
José Roberto Arruda (PSDB-DF),
apresentou ontem no plenário
um álibi para a noite do dia 27 de
junho de 2000, véspera da cassação do então senador Luiz Estevão (PSDB-DF), para se defender
da acusação de que pediu a violação do sigilo da votação.
Arruda apresentou fotos e declarações por escrito, além do testemunho verbal de dois senadores, atestando sua presença em locais públicos desde o fim da tarde
do dia 27 até o início da madrugada do dia 28.
Essa versão contrasta com depoimento da ex-diretora do centro de processamento de dados
do Senado Regina Borges. Ela disse ter sido chamada à noite na casa de Arruda. Lá, ele teria pedido a
quebra do sigilo da votação, em
nome do então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães.
Isso teria ocorrido por volta de
21h, conforme Regina disse ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Nesse horário, segundo Arruda,
ele estava na posse do advogado
Fernando Neves como ministro
do TSE. Arruda disse que chegou
ao TSE pouco depois das 19h, vindo direto de um encontro com
sindicalistas, e que ficou lá até depois das 22h, saindo para um jantar no restaurante Piantella com o
jornalista Ricardo Noblat.
Durante o discurso de Arruda,
Suplicy conversou ao telefone
com Regina e reproduziu suas palavras no plenário: "Pelos meus
três filhos e pelo filho que perdi,
que foi morto, quero assegurar
que tudo o que eu falei é a inteira
verdade".
Suplicy pediu a ela que se lembrasse de alguma particularidade
da sua suposta ida ao apartamento de Arruda naquela noite. Ela
disse ter visto um rapaz tocando
um instrumento de sopro, com
quem teria chegado a conversar.
Arruda confirmou que tem um
filho músico e disse que se recusava a ficar provando que a versão
de Regina era falsa. "O ônus da
prova é de quem acusa", repetiu
ele diversas vezes.
Antes de chegar ao plenário, às
15h40, Arruda esteve por quase
duas horas com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada, e depois com o
presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
No período da manhã, ficou fechado com assessores, recolhendo depoimentos escritos para
atestar a veracidade do que dizia.
Ao final do seu discurso, referindo-se a Regina Borges, afirmou: "Se ela fez (violou o sigilo), é
culpada e precisa dizer a serviço
de quem, seja de dentro ou de fora
daqui". Durante e depois do discurso, Arruda recebeu a solidariedade de alguns senadores.
Arruda explorou o fato de Regina ter alterado sua versão, de um
depoimento para outro. No primeiro depoimento, no mês passado, foi registrado, segundo ele: "A
depoente nunca recebeu de nenhuma autoridade ordem, solicitação ou expressão de desejo que
a levasse a entender que deveria
providenciar a quebra do sigilo do
painel eletrônico".
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