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Mais 4 deputados
assinam pedido da CPI da corrupção
DENISE MADUEÑO
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da pressão em sentido
contrário desencadeada pelo Palácio do Planalto, a oposição conseguiu ontem mais quatro adesões na Câmara à CPI da corrupção. Assinaram o requerimento
para abertura da CPI os deputados Hélio Costa (PMDB-MG), José de Abreu (PTN-SP), Josué
Bengtson (PTB-PA) e Paulo Marinho (PFL-MA).
Faltam agora apenas 20 assinaturas para que seja atingido o número exigido (171). Os evangélicos seguidores da Igreja Universal
do Reino de Deus prometeram
dar mais nove assinaturas à CPI
na próxima terça-feira.
O líder do governo na Câmara,
Arnaldo Madeira (PSDB-SP),
afirmou ter em mãos seis ofícios
de deputados pedindo a retirada
das assinaturas, mas o único divulgado foi o do deputado Osvaldo Biolchi (PMDB-RS), porque
foi protocolado na Mesa da Câmara. "A situação está sob controle", afirmou Madeira.
Biolchi (PMDB-RS) argumentou em seu pedido que assinou
"equivocadamente", pois não
tem "interesse algum na instalação dessa CPI por considerá-la
desnecessária".
Biolchi usou a tese do governo
para justificar o recuo: "O PT está
fazendo muita tribuna [política"".
O deputado conseguiu negociar a
inclusão de dois projetos de seu
interesse na pauta de votações da
Câmara, mas nega que o fato tenha influenciado na decisão.
Mapeamento
A operação abafa do governo
inclui um mapeamento dos deputados da base. Com os dados em
mãos, os ministros são escalados
para pressionar os congressistas.
Os ministros Francisco Dornelles (Trabalho) e Raul Jungmann
(Desenvolvimento Agrário), por
exemplo, têm telefonado a vários
deputados.
Os líderes governistas negam
que estejam barganhando a retirada de assinaturas. "O governo
está pedindo para retirar, mas não
está prometendo nada", disse o líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio (PSBD-AM).
Prazo
Os partidos de oposição reunidos ontem marcaram para a próxima quarta-feira o prazo final
para a obtenção das assinaturas
necessárias para a CPI mista, formada por deputados e senadores.
Caso não consigam adesões suficientes na Câmara, vão tentar instalar a CPI apenas no Senado.
A oposição já completou o número mínimo no Senado (27).
"Nós fixamos um prazo político. Se demorarmos muito, podemos esvaziar a CPI no Senado. A
avaliação é que o clima está favorável à CPI mista", afirmou o líder
do bloco de oposição no Senado,
José Eduardo Dutra (PT-SE).
Reunião
A expectativa da oposição é a
adesão de congressistas do PL. O
deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ) anunciou ontem no plenário
da Câmara e na reunião das oposições que fará um ato na terça-feira para registrar o apoio de parte do PL. Até agora, seis deputados do bloco PL/PSL (23 deputados) assinaram a CPI.
Os demais deputados do PL resistem a apoiar o pedido. O deputado Luiz Antonio de Medeiros
(SP) está negociando com o governo o alinhamento do partido
com o Palácio do Planalto, tentando evitar novas adesões à CPI.
A oposição vai insistir no convencimento de deputados vinculados ao senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), os chamados carlistas. Apenas cinco assinaram o pedido de uma bancada
que pode chegar a 30 deputados
em diversos Estados e partidos.
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