São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2001

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Empresário fala de fornecimento de notas frias

DO ENVIADO ESPECIAL A TOCANTINS

O empresário paulista José Carlos da Silva, 48, revelou ontem à Folha como funcionava o esquema de fornecimento de notas frias para calçar os projetos que visavam fraudar a Sudam.
Silva está no grupo dos 13 suspeitos que estão detidos pela Polícia Federal em Palmas (TO) e foi o primeiro a prestar depoimento ontem. Ele tinha sido preso anteontem em Ribeirão Preto (SP).
Diretor-administrativo da Extrucenter - Indústria e Comércio de Máquinas, em Monte Alto (SP), Silva foi procurado por empresas que tinham projetos na Sudam em agosto de 1999. Atendeu a um grupo de dez empresas, com projetos de valores médios entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. Emitiu notas frias e recibos em valores de até R$ 3 milhões. Na maioria dos casos os valores ficaram em torno de R$ 150 mil.
Os empresários que operavam na Sudam encomendavam projetos e equipamentos para instalar fábricas na Amazônia. Mas pediam notas frias e recibos muito antes da entrega do material. "Eles diziam que estava tudo pronto para sair o dinheiro na Sudam. Que eu desse a nota fiscal porque seria reembolsado depois. Eu dei as notas, mas não recebi o dinheiro", disse Silva em Palmas.
Silva disse que os seus serviços foram indicados pela GPS Companhia Ltda, escritório credenciado na Sudam que integra o chamado grupo de "operadores externos" da Sudam, como cita a decisão da juíza Ednara Silva Ramos, da 2a Vara de Tocantins, responsável pela decretação da prisão preventiva dos fraudadores.
O empresário citou pelo menos quatro empresas para quem forneceu notas fiscais: a Redil, a Ecopeixe, Biscouto Ouro Branco e a JC Agroindustrial. (LV)


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