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Empresário fala de fornecimento de notas frias
DO ENVIADO ESPECIAL A TOCANTINS
O empresário paulista José Carlos da Silva, 48, revelou ontem à
Folha como funcionava o esquema de fornecimento de notas frias
para calçar os projetos que visavam fraudar a Sudam.
Silva está no grupo dos 13 suspeitos que estão detidos pela Polícia Federal em Palmas (TO) e foi o
primeiro a prestar depoimento
ontem. Ele tinha sido preso anteontem em Ribeirão Preto (SP).
Diretor-administrativo da Extrucenter - Indústria e Comércio
de Máquinas, em Monte Alto
(SP), Silva foi procurado por empresas que tinham projetos na Sudam em agosto de 1999. Atendeu
a um grupo de dez empresas, com
projetos de valores médios entre
R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões.
Emitiu notas frias e recibos em valores de até R$ 3 milhões. Na
maioria dos casos os valores ficaram em torno de R$ 150 mil.
Os empresários que operavam
na Sudam encomendavam projetos e equipamentos para instalar
fábricas na Amazônia. Mas pediam notas frias e recibos muito
antes da entrega do material.
"Eles diziam que estava tudo
pronto para sair o dinheiro na Sudam. Que eu desse a nota fiscal
porque seria reembolsado depois.
Eu dei as notas, mas não recebi o
dinheiro", disse Silva em Palmas.
Silva disse que os seus serviços
foram indicados pela GPS Companhia Ltda, escritório credenciado na Sudam que integra o chamado grupo de "operadores externos" da Sudam, como cita a decisão da juíza Ednara Silva Ramos, da 2a Vara de Tocantins, responsável pela decretação da prisão preventiva dos fraudadores.
O empresário citou pelo menos
quatro empresas para quem forneceu notas fiscais: a Redil, a Ecopeixe, Biscouto Ouro Branco e a
JC Agroindustrial.
(LV)
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