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CASO TRT
Nova conta registrou uma movimentação superior a US$ 1 milhão
Governo descobre conta
ativa de juiz Nicolau
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A força-tarefa montada pelo
governo federal para tentar recuperar o dinheiro desviado da obra
superfaturada do TRT (Tribunal
Regional do Trabalho) de São
Paulo encontrou rastros da uma
conta ativa pertencente ao juiz
aposentado Nicolau dos Santos
Neto fora dos Estados Unidos.
Desde o início das investigações, é o primeiro indício de conta
ativa dos envolvidos no esquema
que desviou R$ 169,5 milhões da
obra do Fórum Trabalhista de São
Paulo. A conta investigada recebeu recursos de uma das contas
que os envolvidos no esquema
mantinha num banco norte-americano e registrou movimentação
acima de US$ 1 milhão.
O rastreamento das contas de
Nicolau e do ex-senador Luiz Estevão no exterior revelou que o esquema montou uma rede de contas que utilizou 18 bancos e 14 pessoas jurídicas para movimentar o
dinheiro de forma a dificultar sua
localização. Entre eles estão o Delta Bank e o Sun Trust Bank de
Miami, o Commercial Bank de
Nova York e o Banco Santander
em Miami e nas Ilhas Virgens.
As pessoas jurídicas usadas pelo
esquema são principalmente off-shores (empresas montadas em
paraísos fiscais) com representação ou conta bancária nos Estados Unidos. Duas delas, a Biarritz
e a Hillside, com sede nas Bahamas, foram criadas pelo juiz Nicolau exclusivamente para a compra
de seu apartamento em Miami,
avaliado em U$ 1 milhão.
O dinheiro para a compra desse
apartamento saiu da conta de
Luiz Estevão em nome de Leo
Green no Delta Bank de Miami,
passou pela conta que Nicolau
mantinha na Suíça e voltou para
os Estados Unidos em nome da
Hillside, que comprou o imóvel.
Logo em seguida, o apartamento
foi transferido para a Biarritz.
As outras off-shores utilizadas
pelo esquema foram a Chaplin e a
Ontario, cujas contas serviram
para transferir US$ 5 milhões das
Ilhas Virgens Britânicas para os
EUA. O banco utilizado nesse caso foi o Sun Trust Bank de Miami.
A força-tarefa conseguiu documentos que comprovam que a
Ontario é mesmo do juiz Nicolau,
conforma a Folha antecipou em
janeiro passado. Na ocasião, dois
gerentes do Banco Noroeste confirmaram à reportagem terem
aberto a conta a pedido do juiz
por intermédio de um escritório
de advogados em Nova York.
Por causa do grande número de
contas e transferências bancárias
usados pelo esquema, a força-tarefa já havia perdido as esperanças de encontrar uma conta que
ainda estivesse sendo movimentada. Com os rastros dessa nova
conta, os investigadores acreditam que poderá ser possível rastrear também a movimentação financeira do juiz Nicolau enquanto esteve foragido, de abril a outubro do ano passado.
O governo trabalha agora para
aprovar o mais rápido possível
tratados de cooperação judiciária
com a Suíça e com as Bahamas,
para poder repatrias o dinheiro
bloqueado nas contas de Nicolau
nesses países.
(MALU GASPAR)
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