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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
A vida como ela é
Menos de uma semana depois do jantar da "unidade" do PMDB, no qual o líder do partido na Câmara
prometeu "cem por cento" dos votos para o governo, a
bancada ameaça se rebelar caso não seja concluída
hoje, na reunião do Conselho Político de Lula, a novela das nomeações de segundo escalão.
O recado foi dado a Michel Temer, anteontem, na
sala da presidência da sigla. Os deputados se queixaram da demora no loteamento, chamaram Walfrido
dos Mares Guia (Relações Institucionais) de "embromador" e disseram que, a continuar assim, parte da
bancada vai se declarar "independente". Temer ouviu
e prometeu levar o pleito adiante na reunião do conselho e em conversa com Mares Guia, também hoje.
Recado. Na reunião com Temer, deputados apresentaram a sugestão de votar qualquer coisa contra o governo,
já nos próximos dias, caso as
nomeações do PMDB não sejam levadas a cabo. Um dos
mais exaltados era Tadeu Filipelli (DF), que chegou a ser
cotado para vaga no ministério, mas ficou a ver navios.
Peças que faltam. Quem
acompanha de perto a Operação Hurricane estranha o fato
de terem sido presos até agora
três delegados da Polícia Federal, acusados de atuar em
benefício dos contraventores,
mas nenhum agente que
atuasse com os superiores.
Nosso herói. Davi, agente
da PF que apareceu domingo
no "Fantástico", da Rede Globo, derrubando a parede onde
foram encontrados R$ 6 milhões, virou celebridade na
corporação. Um cartaz confeccionado por colegas brinca
com sua fama repentina: "Pai
Davi. Recupera marido, encontra sentenças suspeitas e
até paredes milionárias".
Tiro ao alvo. Sobrou até
para Lula na primeira audiência pública, realizada anteontem na Câmara, do projeto de
lei do PAC que estabelece para o aumento dos servidores
um teto de 1,5% além da correção pela inflação. Artur
Henrique, presidente da aliada CUT, disse que "assim ele
não vai conseguir cumprir o
que vem prometendo."
De mal a pior. A relação
entre tucanos e ex-pefelistas
piora a cada dia. Em jantar na
terça em homenagem a Jorge
Bornhausen (SC), o governador José Roberto Arruda
(DEM-DF) defendeu que o
partido seja firme na oposição. "Nós não somos tucanos,
nós temos posição", discursou, sem medo de ser feliz,
diante de vários parlamentares do PSDB presentes.
Tacape na mão. Ao ver a
legião de deputados da oposição, sobretudo do DEM, entrando no plenário do Senado
para entregar o requerimento
da CPI do Apagão Aéreo, Ideli
Salvatti (PT-SC) perguntou:
"Vocês decidiram antecipar o
Dia do Índio, vindo em tribo e
pintados para a guerra?".
Pedala, Waldir. Líder do
DEM no Senado, José Agripino (RN) escalou para a CPI
César Borges, adversário do
ministro Waldir Pires (Defesa) na Bahia. Se ACM se recuperar logo, vai indicá-lo também. O terceiro nome da sigla
é Demóstenes Torres (GO).
Excursão 1. Antonio Carlos Pannunzio (SP) e Júlio Redecker (RS) entregaram ontem memoriais em favor da
CPI do Apagão Aéreo na Câmara a três ministros do Supremo Tribunal Federal:
Marco Aurélio Mello, Ricardo
Lewandowski e Carlos Brito.
Excursão 2. Por pouco os
tucanos não cruzaram com o
líder do governo, José Múcio
(PTB-PE). O desejo do Planalto é convencer um dos ministros a pedir vistas da decisão
do relator Celso de Mello,
adiando o julgamento do mérito do pedido da oposição.
Visita à Folha. Vaz de Lima (PSDB), presidente da Assembléia Legislativa de São
Paulo, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de Célia
Moreno e de Wilson Guilherme, assessores de imprensa.
Tiroteio
"Se vão desmilitarizar o controle aéreo, podem
nomear o Beira-Mar como chefe. Ele mostrou lá
em Catanduvas que sabe pôr ordem na casa".
Do senador DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO) sobre o relatório da PF
que aponta a influência do traficante sobre outros presos e agentes penitenciários do presídio federal de segurança máxima de Catanduvas,
no Paraná, considerado "modelo" pelo governo.
Contraponto
Intercâmbio
Em jantar promovido anteontem pelo DEM, ex-PFL,
José Carlos Aleluia conversava com o também deputado
Miguel Relvas, do PSD de Portugal, sobre o fato de ambos
fazerem oposição aos governos de seus respectivos países.
-Hoje só não sou oposição ao síndico do meu prédio.
Saiu dali, sou oposição a todo mundo-, brincou Aleluia.
-Em Portugal, estamos às voltas com a polêmica do falso diploma do primeiro-ministro-, comentou Relvas.
-Bom, pelo menos esse escândalo nós aqui no Brasil
não corremos o menor risco de ter, porque nosso presidente não tem diploma-, emendou Aleluia.
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