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STF abre ação penal contra Delúbio, Valério e Genoino
Primeira ação aberta pelo Supremo inclui ainda como réus outras oito pessoas
Até o fim de junho, plenário do tribunal deve decidir se instaura ou não o principal processo sobre o mensalão, que denuncia 40 pessoas
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado e ex-presidente
do PT José Genoino (SP), o ex-tesoureiro do partido Delúbio
Soares, o publicitário Marcos
Valério Fernandes e outras oito
pessoas são rés na primeira
ação penal aberta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) relacionada ao mensalão.
O processo foi instaurado pelo ministro Joaquim Barbosa,
relator de todas as investigações no STF sobre o mensalão.
A abertura ocorre quase dois
anos após o surgimento desse
escândalo. O procurador-geral
da República, Antonio Fernando de Souza, aprovou a medida.
Até o fim de junho, segundo
Barbosa, o plenário do STF deverá decidir se instaura ou não
o principal processo sobre o
mensalão, em que o procurador-geral denunciou 40 pessoas, inclusive Genoino.
No caso da ação já aberta,
Barbosa não precisou do aval
dos outros dez ministros do
STF. A denúncia tinha sido
aceita pela Justiça Federal em
Minas, em dezembro, mas, em
seguida, o processo foi enviado
ao STF porque, eleito, Genoino
assegurou o foro privilegiado.
A investigação, a partir de
maio de 2005, do mensalão, gerou um inquérito criminal no
STF com cerca de 50 mil páginas. Além da denúncia criminal
do procurador, esse inquérito
teve outros desdobramentos.
Em Minas, o Ministério Público Federal investigou empréstimos do banco BMG ao PT
e a empresas de Valério, concluiu pela irregularidade e acusou 11 pessoas de gestão fraudulenta de instituição financeira e falsidade ideológica.
A ação também atinge os dirigentes do BMG Ricardo Annes Guimarães, João Batista de
Abreu, Márcio Alaôr de Araújo
e Flávio Pentagna Guimarães, a
mulher de Marcos Valério, Renilda Santiago, os ex-sócios dele Ramon Cardoso, Cristiano
Paz e Rogério Tolentino.
Desde março de 2006, quando o procurador-geral ofereceu
ao STF a primeira denúncia do
mensalão, ele disse que poderia
apresentar outra, pois parte da
apuração seria aprofundada.
Naquele momento, disse que o
mensalão era operado por uma
organização criminosa.
Genoino disse ontem estar
"tranqüilo" em relação à ação.
"Foram os advogados que pediram que a ação, que estranhamente foi aberta na véspera da
minha diplomação em dezembro, subisse para o STF."
A Folha não conseguiu falar
ontem com Delúbio, Ramon
Cardoso e Cristiano Paz.
O advogado que representa
Valério e sua mulher disse que
os empréstimos foram verdadeiros e usados para as transferências pedidas por Delúbio.
Tolentino disse que não tinha
conhecimento da ação. A assessoria do BMG informou que o
banco está "tranqüilo".
Colaborou a Agência Folha
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