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Reeleição traz problemas, diz Serra
Governador paulista afirma ser contrário ao mecanismo desde 2000 e defende "revisão" da medida
Tucano nega ter interesse político na mudança da lei: "Minha posição com relação
à reeleição não é nova nem está ligada a conjunturas"
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dizendo-se contrário à reeleição desde 2000, o governador de São Paulo, José Serra
(PSDB), defendeu ontem a "revisão" da regra, introduzida em
1997 durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Ele negou que sua defesa do
fim da reeleição seja motivada
pelos seus interesses e os do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que poderiam assim se revezar pela disputa pela Presidência, em 2010
e 2015, caso o mandato fosse
ampliado para cinco anos. "Minha posição com relação à reeleição não é nova nem está ligada a conjunturas", disse Serra.
"A partir do ano 2000, 2001,
comecei a pensar no assunto,
depois, inclusive, das eleições
municipais, e vi que tinha problemas para o Brasil como um
todo", afirmou, durante visita
ao Congresso Nacional.
Reclamando com os jornalistas por ter de tocar no assunto,
Serra, cuja visita ao Legislativo
era para tratar de segurança,
disse que o tema não tem tanta
importância. "Isso é secundário, não é um elemento que está
na ordem do dia", declarou.
Na semana passada, a Folha
revelou que emissários tucanos
e petistas têm conversado sobre a aprovação de uma emenda acabando com a reeleição e
aumentando o mandato presidencial para cinco anos.
Serra disse que está apenas
acompanhando à distância o
debate e que não pretende se
envolver. Isso apesar de um de
seus principais representantes
na Câmara, o ex-líder do PSDB
Jutahy Júnior (BA), estar à
frente das articulações.
"Acho que a reeleição poderia ser revista, mas não estou
fazendo nenhum trabalho de
articulação a esse respeito. Até
porque mesmo no meu partido
há opiniões diferentes."
O governador Serra passou
ontem à tarde no Palácio do
Planalto. Conversou com o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e com a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) sobre limites de endividamento dos
Estados, os conflitos com a
LRF (Lei de Responsabilidade
Fiscal) e um acordo de renegociação das dívidas dos Estados.
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