São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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Reeleição traz problemas, diz Serra

Governador paulista afirma ser contrário ao mecanismo desde 2000 e defende "revisão" da medida

Tucano nega ter interesse político na mudança da lei: "Minha posição com relação à reeleição não é nova nem está ligada a conjunturas"


FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dizendo-se contrário à reeleição desde 2000, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), defendeu ontem a "revisão" da regra, introduzida em 1997 durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Ele negou que sua defesa do fim da reeleição seja motivada pelos seus interesses e os do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que poderiam assim se revezar pela disputa pela Presidência, em 2010 e 2015, caso o mandato fosse ampliado para cinco anos. "Minha posição com relação à reeleição não é nova nem está ligada a conjunturas", disse Serra.
"A partir do ano 2000, 2001, comecei a pensar no assunto, depois, inclusive, das eleições municipais, e vi que tinha problemas para o Brasil como um todo", afirmou, durante visita ao Congresso Nacional.
Reclamando com os jornalistas por ter de tocar no assunto, Serra, cuja visita ao Legislativo era para tratar de segurança, disse que o tema não tem tanta importância. "Isso é secundário, não é um elemento que está na ordem do dia", declarou.
Na semana passada, a Folha revelou que emissários tucanos e petistas têm conversado sobre a aprovação de uma emenda acabando com a reeleição e aumentando o mandato presidencial para cinco anos.
Serra disse que está apenas acompanhando à distância o debate e que não pretende se envolver. Isso apesar de um de seus principais representantes na Câmara, o ex-líder do PSDB Jutahy Júnior (BA), estar à frente das articulações.
"Acho que a reeleição poderia ser revista, mas não estou fazendo nenhum trabalho de articulação a esse respeito. Até porque mesmo no meu partido há opiniões diferentes."
O governador Serra passou ontem à tarde no Palácio do Planalto. Conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) sobre limites de endividamento dos Estados, os conflitos com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e um acordo de renegociação das dívidas dos Estados.


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