São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Apoio de Lula é irrelevante, diz Serra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse ontem que, para ele, "não tem relevância" a eventual interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa na cidade em prol da candidatura da prefeita Marta Suplicy (PT) à reeleição.
"O presidente há muito tempo está falando a respeito das eleições de São Paulo, apoiando a prefeita. Ele é livre para atuar. Não temos nenhum constrangimento. Não tem nenhum problema em ele participar, vir e debater", disse Serra em Brasília, após reunião da Comissão Executiva Nacional.
Para o presidente do PSDB, os problemas locais serão determinantes na definição do novo prefeito de SP - "como o desemprego, que na capital paulista tem a situação mais séria, juntamente com Salvador". Mas reconheceu a influência que as questões nacionais terão na campanha, por causa da "semelhança" do estilo do PT de governar a cidade e o país.
"As decisões do eleitor serão tomadas com base principalmente nas questões locais. Evidentemente, as questões nacionais estarão presentes por meio dos problemas existentes e do estilo de governar, porque há semelhanças no estilo de governar São Paulo e o país por parte do PT", disse.
Em busca de alianças, sobretudo com PMDB e PFL, que têm pré-candidatos próprios, Serra afirmou que o PSDB está disposto a oferecer a vaga de candidato a vice-prefeito a outro partido e que acredita que as alianças estejam definidas até "meados de junho". Mas se negou a falar em nomes.
"Estamos abertos para alianças, mas, ao mesmo tempo, respeitamos decisões de outros partidos e candidaturas ou pré-candidaturas. Não vamos constranger ninguém nem fazer proposta pública a ninguém para que retire a candidatura ou para que nos apóie."
Serra se negou também a comentar a pré-candidatura do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Lula manifestou interesse em que a prefeita dê ao PMDB a vaga de vice em sua chapa, mas ela, por ora, mantém o petista Rui Falcão na posição.
Na eleição presidencial de 2002, Temer apoiou a candidatura de Serra, que foi derrotado por Lula no segundo turno. "Temos relações de amizade e respeito à posição de Temer", disse o tucano.
Para Serra, é um "factóide" a proposta do ministro José Dirceu (Casa Civil) de um pacto nacional para enfrentar um suposto agravamento da crise internacional.
"É um factóide. Como proposta, não faz sentido. Primeiro, porque não há crise internacional apavorante pela frente. Segundo, porque o governo tem de governar, apresentar propostas e unificar posições. Aparecem tantas diferenças que nunca se sabe o que o governo de fato pensa." (RU)

Texto Anterior: Marta não abre mão de vice, apesar de apelo
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.