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Apoio de Lula é irrelevante, diz Serra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pré-candidato do PSDB à
Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse ontem que, para ele, "não
tem relevância" a eventual interferência do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva na disputa na cidade
em prol da candidatura da prefeita Marta Suplicy (PT) à reeleição.
"O presidente há muito tempo
está falando a respeito das eleições de São Paulo, apoiando a
prefeita. Ele é livre para atuar. Não
temos nenhum constrangimento.
Não tem nenhum problema em
ele participar, vir e debater", disse
Serra em Brasília, após reunião da
Comissão Executiva Nacional.
Para o presidente do PSDB, os
problemas locais serão determinantes na definição do novo prefeito de SP - "como o desemprego, que na capital paulista tem a
situação mais séria, juntamente
com Salvador". Mas reconheceu a
influência que as questões nacionais terão na campanha, por causa da "semelhança" do estilo do
PT de governar a cidade e o país.
"As decisões do eleitor serão tomadas com base principalmente
nas questões locais. Evidentemente, as questões nacionais estarão presentes por meio dos problemas existentes e do estilo de
governar, porque há semelhanças
no estilo de governar São Paulo e
o país por parte do PT", disse.
Em busca de alianças, sobretudo com PMDB e PFL, que têm
pré-candidatos próprios, Serra
afirmou que o PSDB está disposto
a oferecer a vaga de candidato a
vice-prefeito a outro partido e que
acredita que as alianças estejam
definidas até "meados de junho".
Mas se negou a falar em nomes.
"Estamos abertos para alianças,
mas, ao mesmo tempo, respeitamos decisões de outros partidos e
candidaturas ou pré-candidaturas. Não vamos constranger ninguém nem fazer proposta pública
a ninguém para que retire a candidatura ou para que nos apóie."
Serra se negou também a comentar a pré-candidatura do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Lula manifestou
interesse em que a prefeita dê ao
PMDB a vaga de vice em sua chapa, mas ela, por ora, mantém o
petista Rui Falcão na posição.
Na eleição presidencial de 2002,
Temer apoiou a candidatura de
Serra, que foi derrotado por Lula
no segundo turno. "Temos relações de amizade e respeito à posição de Temer", disse o tucano.
Para Serra, é um "factóide" a
proposta do ministro José Dirceu
(Casa Civil) de um pacto nacional
para enfrentar um suposto agravamento da crise internacional.
"É um factóide. Como proposta, não faz sentido. Primeiro, porque não há crise internacional
apavorante pela frente. Segundo,
porque o governo tem de governar, apresentar propostas e unificar posições. Aparecem tantas diferenças que nunca se sabe o que
o governo de fato pensa."
(RU)
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