São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006

Pré-candidato do PSDB defende Serra e FHC e diz não acreditar em crise entre os partidos

Tucano evita embate e diz que ligou todos os dias para Lembo

Samuel Silva/Diário do Amapá
Em Macapá, Alckmin comenta entrevista de seu substituto no governo, publicada ontem na Folha


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ

O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que ligou para Cláudio Lembo (PFL), seu substituto no governo paulista, em todos os dias da crise provocada pelos ataques do PCC. Ele evitou acirrar o confronto com o pefelista.
"Eu conversei com o Lembo todos os dias [durante a crise], todos, sempre com muita solidariedade. Agora, não vou interferir em questões de governo, tirar a autoridade do governador", disse ontem o tucano.
Questionado sobre Lembo ter dito, em entrevista à Folha publicada ontem, que o tucano só telefonou para ele em duas oportunidades, Alckmin respondeu: "Não, é que não sei quando foi a entrevista, mas sempre procurei ajudar, tendo a cautela de não interferir em assuntos de Estado".
O tucano disse não crer em uma crise entre o PFL e o PSDB, motivada pelos problemas da área de segurança em São Paulo, e defendeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-prefeito José Serra, criticados por Lembo.
"O Fernando Henrique estava nos Estados Unidos, afastado do problema, e o Serra, também. Toda a nossa solidariedade ao governador Cláudio Lembo, que tem conduzido esse processo com firmeza, que não é fácil. São Paulo optou por enfrentar o crime, o que ocorreu foi uma reação."

Em Macapá
Mas, mesmo em Macapá, onde esteve ontem a convite do PSDB local, a crise o perseguiu desde o início da visita. Até durante uma palestra para jovens de um curso pré-vestibular, o ex-governador foi confrontado pelos alunos.
Em resposta, pregou mudanças na legislação e a geração de empregos. "Hoje a legislação na área de segurança é muito fraquinha com o crime organizado, mas dura com o ladrão pequeno. Muito fraquinha especialmente para o crime de colarinho branco, com gente que devia estar na cadeia e está fazendo discurso", afirmou.
No evento, evitou críticas diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após ter desferido ataques pesados ao petista no dia anterior. No entanto, lembrou que o governo federal tem "atribuições relevantes". "A criminalidade não tem fronteira de Estados. Eu melhorarei a legislação, a inteligência e o banco de dados."

Disputa no ninho
O ex-governador de São Paulo foi seco ao se referir ao encontro de cardeais tucanos em Nova York, ontem à noite. Primeiro, disse que não se tratava de uma reunião formal. Depois, afirmou que sugestões em relação a sua campanha à Presidência são bem-vindas e que ele não enxerga motivos para preocupação.
"Não vejo problema algum em fazer reunião, em discutir. Toda a sugestão boa é bem vinda", afirmou o tucano. O pré-candidato completou que ele e a cúpula do partido estão "permanentemente conversando".


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