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Tarso rejeita retirar críticas "institucionais"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após a oposição ter pedido sua demissão e bloquear as
votações no Congresso, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse ontem que não
recua de suas declarações e respondeu àqueles que, segundo ele,
ultrapassaram os "limites necessários" de um debate político.
Anteontem, o petista disse que o
governo de São Paulo "preferiu
negociar com criminosos do que
aceitar ajuda" federal depois dos
ataques do PCC. Tucanos e pefelistas reagiram, obstruindo as votações no Senado até que o coordenador político se retrate.
Ontem, questionado se recuaria
de suas declarações, Tarso afirmou: "Não recuo de nada. As minhas posições foram muito claras,
respeitosas, institucionais. Não
ataquei pessoalmente ninguém,
então não há do que recuar. [...]
Temos é que conversar agora e assumir funções e posições de pessoas de Estado", declarou.
Depois de um dia de discussões
políticas em torno da violência, o
ministro sugeriu uma trégua:
"Agora temos de trabalhar a
questão da segurança pública de
maneira unitária".
Mas voltou a alfinetar a oposição: "Foi uma resposta da oposição que passou dos limites necessários para responder politicamente. [...] O debate começou na
medida em que nós, do governo
federal, detectamos uma espécie
de transferência de responsabilidade. Isso não admitimos".
Cautelosos para evitar o carimbo de que a oposição estaria trancando o andamento de projetos,
senadores foram mais amenos
ontem e disseram que podem retomar as votações na próxima semana. Continuam, porém, criticando o ministro.
(EDUARDO SCOLESE, PEDRO DIAS LEITE E LUCIANA CONSTANTINO)
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