São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2006

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PERFIL

Senador rejeita pecha de ter sido ministro do apagão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Considerado um político com perfil técnico, o senador pernambucano José Jorge de Vasconcelos Lima, 61, entrará na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) tentando se dissociar da imagem de "ministro do apagão", que herdou da crise energética do segundo governo Fernando Henrique Cardoso.
Jorge chefiou a pasta de Minas e Energia entre março de 2001 e março de 2002, mas rechaça culpa pelo racionamento de energia naquele período. Argumenta que as causas do problema foram anteriores à sua gestão e diz estar preparado para enfrentar o tema na campanha. "Isso é ridículo. Eu fui o ministro que apagou o apagão."
É amigo do presidente do partido, Jorge Bornhausen (SC), e do ex-vice-presidente da República Marco Maciel e tem bom trânsito na Câmara, onde exerceu quatro mandatos.Presidiu o PFL de 1996 a 1997.
O pefelista é engenheiro mecânico e economista. Foi professor da Universidade Federal de Pernambuco e tem mestrado em ciências e pós-graduação em Estatística na Espanha.
Líder da oposição no Senado até o mês passado, Jorge se autodefine como um político "duro, mas moderado e paciente". Na campanha, diz que obedecerá a orientação dos coordenadores e marqueteiros: "Vai depender do pessoal da campanha, mas se eu for designado para fazer as críticas mais pesadas, farei com prazer".
A articulação à frente do bloco de oposição é criticada nos bastidores pela falta de peso nos discursos, mas o contrapeso é sua atuação na área técnica e nas investigações da CPI dos Bingos. Como líder da minoria, apresentou 43 requerimentos contra o governo Lula.
Na intimidade, é considerado bem-humorado, discreto e "pão-duro". Tem duas filhas. Sua mulher, Socorro, organiza há 22 anos uma tradicional festa de São João em Brasília, com comida típica e quadrilha.
Ele costuma viajar sempre para sua casa na praia de Porto de Galinhas (PE) para pilotar seu buggy. "Até Fernando Henrique e Ulysses Guimarães já andaram nele", diz, orgulhoso.
Um dos passatempos preferidos é assistir filmes em sua casa em Pernambuco, onde ele diz ter montado "um cineminha". "Em Brasília vou [ao cinema] toda segunda-feira porque é mais barato e tem pouca gente", afirma. (SILVIO NAVARRO)


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