|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERFIL
Senador rejeita pecha de ter sido ministro do apagão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Considerado um político
com perfil técnico, o senador
pernambucano José Jorge de
Vasconcelos Lima, 61, entrará na campanha de Geraldo
Alckmin (PSDB) tentando
se dissociar da imagem de
"ministro do apagão", que
herdou da crise energética
do segundo governo Fernando Henrique Cardoso.
Jorge chefiou a pasta de
Minas e Energia entre março
de 2001 e março de 2002,
mas rechaça culpa pelo racionamento de energia naquele período. Argumenta
que as causas do problema
foram anteriores à sua gestão e diz estar preparado para enfrentar o tema na campanha. "Isso é ridículo. Eu
fui o ministro que apagou o
apagão."
É amigo do presidente do
partido, Jorge Bornhausen
(SC), e do ex-vice-presidente
da República Marco Maciel e
tem bom trânsito na Câmara, onde exerceu quatro
mandatos.Presidiu o PFL de
1996 a 1997.
O pefelista é engenheiro
mecânico e economista. Foi
professor da Universidade
Federal de Pernambuco e
tem mestrado em ciências e
pós-graduação em Estatística na Espanha.
Líder da oposição no Senado até o mês passado, Jorge
se autodefine como um político "duro, mas moderado e
paciente". Na campanha, diz
que obedecerá a orientação
dos coordenadores e marqueteiros: "Vai depender do
pessoal da campanha, mas
se eu for designado para fazer as críticas mais pesadas,
farei com prazer".
A articulação à frente do
bloco de oposição é criticada
nos bastidores pela falta de
peso nos discursos, mas o
contrapeso é sua atuação na
área técnica e nas investigações da CPI dos Bingos. Como líder da minoria, apresentou 43 requerimentos
contra o governo Lula.
Na intimidade, é considerado bem-humorado, discreto e "pão-duro". Tem
duas filhas. Sua mulher, Socorro, organiza há 22 anos
uma tradicional festa de São
João em Brasília, com comida típica e quadrilha.
Ele costuma viajar sempre
para sua casa na praia de
Porto de Galinhas (PE) para
pilotar seu buggy. "Até Fernando Henrique e Ulysses
Guimarães já andaram nele", diz, orgulhoso.
Um dos passatempos preferidos é assistir filmes em
sua casa em Pernambuco,
onde ele diz ter montado
"um cineminha". "Em Brasília vou [ao cinema] toda
segunda-feira porque é mais
barato e tem pouca gente",
afirma.
(SILVIO NAVARRO)
Texto Anterior: Eleições 2006: PFL ignora Alckmin e escolhe José Jorge Próximo Texto: Análise: Disputa interna definiu nome Índice
|