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Empresário preso confirma que
assediava parlamentares todo mês
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)
Preso na Operação Sanguessuga, o empresário Ronildo Pereira
Medeiros, 37, afirmou à Corregedoria da Câmara que ia ao menos
uma vez por mês, desde 2004, a
gabinetes de deputados "fazer
marketing para que elaborassem
emendas na área de ambulâncias
e equipamentos hospitalares", informou o advogado Otto Medeiros de Azevedo Júnior, sem citar
os nomes de parlamentares assediados pelo lobby.
Defensor de Medeiros, o advogado disse que o empresário Darci José Vedoin, 60, acusado de liderar a quadrilha da venda de ambulâncias superfaturadas, também admitiu visitas a deputados.
O advogado assistiu anteontem
aos depoimentos prestados à Corregedoria, a portas fechadas, por
Ronildo Medeiros, Vedoin e família (filho, filha, sobrinho e mulher), além de Maria da Penha Lino, ex-assessora do Ministério da
Saúde. O grupo foi preso na Operação Sanguessuga.
Dono de quatro empresas que
forneciam equipamentos hospitalares, usados em ambulâncias,
Medeiros foi acusado pela PF de
superfaturar preços e manipular
licitações nas prefeituras.
O empresário nega. "Ele vendia
tudo com transparência e legalmente", afirmou o advogado, que
vai entrar com pedido de habeas
corpus para seu cliente.
Gravação
No relatório em que pediu a prisão de Medeiros, a PF cita transcrição de uma conversa, de 16 de
janeiro passado, entre ele e Pedro
Braga de Souza Júnior, 46, também preso e, na época, assessor
do deputado Eduardo Seabra
(PTB-AP). Souza ligou do gabinete do deputado e soube pelo empresário que receberia R$ 5.000.
O dinheiro, segundo a PF, foi
depositado um dia depois na conta do então assessor e seria um pagamento por ele negociar uma licitação na Prefeitura de Itaubal
(AP) em favor da empresa de Medeiros. Ontem, Seabra não foi encontrado.
Segundo Azevedo Júnior, o empresário não pagava propina para
assessores ou deputados.
"Ele conhecia quase todos os
deputados e fazia marketing",
afirmou.
Ele também disse que o empresário informava ter empresas de
equipamentos hospitalares em
Mato Grosso e dizia aos deputados: "O senhor manda uma
emenda para lá que a gente atende as prefeituras". O advogado
negou que a estratégia fosse
lobby. "Isso é marketing, propaganda", disse.
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