São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2006

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Procurador diz que ex-servidora não fez acordo para ter delação premiada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)

O procurador da República em Cuiabá (MT) Mário Lúcio Avelar disse ontem que não há acordo com a ex-servidora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, 52, sobre concessão do benefício da delação premiada.
Presa na Operação Sanguessuga, que apontou a compra de ambulâncias superfaturadas e a suposta participação de deputados, Penha prestou depoimento inconclusivo anteontem à comissão de sindicância da Câmara.
Isso porque, segundo a assessoria da Câmara, ela tinha dúvidas sobre a delação premiada.
O Ministério Público Federal pode solicitar à Justiça esse benefício a acusados de crimes. Caso condenados, eles podem obter redução da pena por colaborar.
Na semana passada, a ex-servidora depôs na Polícia Federal e listou 81 congressistas supostamente envolvidos -que teriam recebido propina para fazer emendas ao Orçamento para compra de ambulâncias.
"Ela prestou um bom depoimento, mas nós achávamos que a coisa poderia evoluir mais. Ainda estamos avaliando essa questão", afirmou o procurador. "Isso [o benefício] não está absolutamente descartado."
Avelar disse que vai denunciar os envolvidos por peculato (desvio de dinheiro ou bem por funcionário público), corrupção ativa e passiva, formação de organização criminosa, falsidade ideológico e crime contra a administração pública.

Ney Suassuna
A Folha procurou ontem novamente Marcelo Cardoso de Carvalho, que era assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) quando foi preso na operação. Segundo seu advogado, Carvalho não quer falar. Segundo a PF, Carvalho "figura [em ao menos quatro escutas telefônicas em janeiro] patrocinando interesses privados no Supremo Tribunal Federal".
(HC)


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