|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Procurador diz que ex-servidora não fez acordo para ter delação premiada
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)
O procurador da República em
Cuiabá (MT) Mário Lúcio Avelar
disse ontem que não há acordo
com a ex-servidora do Ministério
da Saúde Maria da Penha Lino,
52, sobre concessão do benefício
da delação premiada.
Presa na Operação Sanguessuga, que apontou a compra de ambulâncias superfaturadas e a suposta participação de deputados,
Penha prestou depoimento inconclusivo anteontem à comissão
de sindicância da Câmara.
Isso porque, segundo a assessoria da Câmara, ela tinha dúvidas
sobre a delação premiada.
O Ministério Público Federal
pode solicitar à Justiça esse benefício a acusados de crimes. Caso
condenados, eles podem obter redução da pena por colaborar.
Na semana passada, a ex-servidora depôs na Polícia Federal e
listou 81 congressistas supostamente envolvidos -que teriam
recebido propina para fazer
emendas ao Orçamento para
compra de ambulâncias.
"Ela prestou um bom depoimento, mas nós achávamos que a
coisa poderia evoluir mais. Ainda
estamos avaliando essa questão",
afirmou o procurador. "Isso [o
benefício] não está absolutamente descartado."
Avelar disse que vai denunciar
os envolvidos por peculato (desvio de dinheiro ou bem por funcionário público), corrupção ativa e passiva, formação de organização criminosa, falsidade ideológico e crime contra a administração pública.
Ney Suassuna
A Folha procurou ontem novamente Marcelo Cardoso de Carvalho, que era assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB)
quando foi preso na operação. Segundo seu advogado, Carvalho
não quer falar. Segundo a PF, Carvalho "figura [em ao menos quatro escutas telefônicas em janeiro]
patrocinando interesses privados
no Supremo Tribunal Federal".
(HC)
Texto Anterior: Empresário preso confirma que assediava parlamentares todo mês Próximo Texto: Eleições 2006: Tribunal inspecionará fundo ligado a Rosinha Índice
|