São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Motor desligado

O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) e o governador Blairo Maggi (PR-MT), expoentes do combate à agenda da demissionária Marina Silva, podem desligar o trator e a motosserra, ao menos por ora. Da forma como se deu, a saída da ministra obrigará o governo a fazer um movimento pendular. "Será preciso reforçar o lado ambientalista, não o contrário", diz um auxiliar de Lula.
A primeira vítima será o movimento de bastidor que buscava relaxar resolução do CMN limitando a concessão de crédito na Amazônia, a partir de 1º de julho, a quem tiver licença ambiental. Agora, não há hipótese de revisão. "Só se quiséssemos, além de atirar no pé, metralhar também a perna", completa o assessor.

Pode? Aliados de Jorge Viana reagem com desdém à idéia de Carlos Minc de que o ex-governador assuma a gestão do Plano Amazônia Sustentável. Dizem que Minc virou ministro porque Viana recusou o cargo. "Parece Hillary sugerindo que Obama fosse vice dela", diz um petista.

Regional. A governadora Ana Júlia (PT-PA) telefonou para Marina Silva ao saber da sua demissão. Solícita, disse que passará a enviar ao Senado, onde a correligionária retomará a cadeira, o açaí do Pará que ela aprecia. Com Minc Ana Júlia ainda não falou.

Não confere 1. A presidente da CPI dos Cartões, Marisa Serrano (PSDB-MS), vai encaminhar ao BB uma lista de incongruências entre as relações de gastos da Presidência enviadas pelo banco ao TCU e à comissão. O ofício do sub-relator Carlos Sampaio (PSDB-SP) segue hoje.

Não confere 2. Depois de Sampaio listar 1.016 despesas que não estão na lista enviada à CPI, dois diretores do BB, Edson Lobo (Segurança) e Alexandre Abreu (Cartões), admitiram alguns erros e alegaram para mudanças de classificação dos gastos sigilosos um ofício de janeiro da CGU.

Científico. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) lançou boletim de acompanhamento da execução orçamentária das obras do PAC. O "PACômetro" revela: dos R$ 17 bilhões autorizados para 2008 só R$ 98 mi (0,58%) foram pagos.

Perdas... Embora Ciro Gomes (PSB-CE) seja, juntamente com o pré-candidato Aldo Rebelo (PC do B-SP), o mais entusiasmado defensor do lançamento de um nome do "bloquinho" em São Paulo, há quem aposte que, se o grupo acabar optando pelo apoio a Marta Suplicy (PT), o presidenciável não será empecilho.

...e ganhos. O raciocínio é o seguinte: seria muito bom para Ciro garantir, com um candidato do "bloquinho", visibilidade no horário de TV em São Paulo, mas não seria de todo mau, por outro lado, fazer um gesto de boa vontade ao PT-SP, de longe o mais refratário ao nome do pessebista na sucessão de Lula.

Meio a meio. O coordenador de comunicação da campanha de Solange Amaral (DEM) no Rio de Janeiro será Marcello Maia, sobrinho e marqueteiro de longa data do prefeito Cesar Maia. Mas Paula Lavigne, estrela emergente na propaganda dos "demos", fará filmes e comerciais para a deputada.

Tudo... Na prestação de contas do PT relativa a 2007, chama a atenção, entre as contribuições de pessoas físicas, uma doação de R$ 33.858,85 do deputado Odair Cunha (MG). O valor representa 24% do patrimônio que ele declarou à Justiça Eleitoral.

...pela causa. Odair diz que se esforçou para ajudar na campanha que visa quitar a milionária dívida do PT. O petista mineiro acrescenta que, em troca da doação, saldou um débito seu com a sigla.

Franciscano. A menor doação de pessoa jurídica, no valor de R$ 300, foi feita por José Dirceu & Associados Ltda.

Tiroteio

A pesquisa dá razão ao clamor das bases e confirma que a candidatura própria é uma responsabilidade intransferível do PSDB.


Do deputado SÍLVIO TORRES (PSDB-SP), sobre a performance do ex-governador Geraldo Alckmin no Datafolha.

Contraponto

Saída honrosa

Logo depois da derrota do Botafogo para o Flamengo na final do Rio, Cesar Maia (DEM) foi alvo de piadas por ser torcedor fanático da equipe alvinegra. Para escapar, ele evocou um antigo discurso seu, feito quando a prefeitura doou a iluminação para o campo rubro-negro.
-Lembram do que eu disse na época? Todos os prefeitos do Rio são obrigados a torcer para o Flamengo, tamanha a identidade do clube com a cidade.
E continuou:
-Portanto, desta vez eu perdi na pessoa física, mas posso dizer que sou campeão na jurídica!


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