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Presidente pede alfinete para esvaziar seu ego
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva despediu-se da Espanha ontem admitindo que precisaria de um alfinete para esvaziar seu ego.
Foi ao receber o prêmio
"Nueva Economía Fórum
2010", em cerimônia na qual
sua colega argentina, Cristina
Kirchner, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel
Durão Barroso, inflaram devidamente o ego do brasileiro.
Barroso considerou "espantoso" o índice de popularidade
de Lula. O presidente reconheceu que não é fácil obter 83% de
popularidade, mas atribuiu os
méritos ao "povo brasileiro".
"Mais importante que os números das pesquisas de opinião
é eu ter despertado no mais humilde dos brasileiros a certeza
de que pode e deve chegar à
Presidência da República".
É fácil, segundo Lula: "É só
chegar e se preparar".
O discurso foi, acima de tudo,
um olhar sobre toda a sua carreira política, desde os tempos
em que os líderes estrangeiros
tinham vergonha de se encontrar com ele, até o presidente
multi-ideológico, como ele se
definiu em entrevista ao jornal
"El País" publicada há 10 dias.
Na verdade, é um "multi-classista", porque, segundo ele,
"nunca os empresários ganharam tanto dinheiro como no
meu governo; 99% dos acordos
salariais resultaram em aumentos reais; e os pobres nunca
tiveram um tratamento tão humano e civilizado", afirmou.
O presidente fez apenas uma
referência breve sobre sua recente missão no Irã: disse que
fora a Teerã seguindo a antiga
regra de que "é conversando
que a gente se entende". Acrescentou: "É preciso entender a
posição dos outros".
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