São Paulo, terça, 19 de maio de 1998

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PROTESTO
Governo do DF teme invasões durante movimento em Brasília
CUT diz que não vai invadir prédios em manifestação

Sergio Lima/Folha Imagem
Manifestantes acampados em Brasília, onde começaram a chegar ontem para a Jornada Nacional de Luta por Emprego e Direitos Sociais, dia 20


LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília

Os integrantes do comando da CUT (Central Única dos Trabalhadores) negaram ontem, em reunião com a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, que estejam planejando invasões de prédios públicos durante a Jornada Nacional de Luta por Emprego e Direitos Sociais.
O secretário de Segurança, Roberto Aguiar, chamou a representante da CUT nacional, Sandra Cabral, e o presidente da CUT do DF, José Zunga, para uma reunião ontem para tratar da possível invasão de prédios públicos.
"Qual a preocupação de vocês? Se é com a invasão de prédios, posso afirmar que não estamos planejando", disse Zunga à chefe de gabinete da Secretaria de Segurança, Erenice Guerra. Aguiar, no momento do encontro, estava reunido com o governador Cristovam Buarque.
Erenice confirmou que era exatamente essa a preocupação do governo do Distrito Federal. Ela afirmou que existe um "zum-zum" sobre isso. "Pode existir, mas não estamos programando nada", reafirmou Zunga.
A chefe de gabinete insistiu: "Mas o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) não vai fazer?". Zunga respondeu que o MST não programou nada nesse sentido: "Eles estão com dificuldades financeiras para trazer o pessoal deles. Devem vir só uns cem representantes".
Sandra justificou a preocupação do governo: "Nós estamos preocupados. Não queremos que ocorra nenhum problema, principalmente em ano eleitoral".
Zunga afirmou que também não interessa à CUT, nesse momento, a invasão de prédios públicos. "Estou dando a minha palavra. Se nós tivéssemos programado invasões, eu não negaria desta maneira." O presidente da CUT aproveitou a reunião para reclamar do atraso na instalação da energia elétrica no acampamento dos manifestantes.
A CEB (Companhia Energética de Brasília) não havia feito a instalação até o início da noite de ontem. "Essa é a nossa única preocupação, até por uma questão de segurança", disse Zunga. "A preocupação também é nossa", disse Sandra.

Mobilização
São esperadas de 15 mil a 30 mil pessoas para a manifestação, com 200 a 300 ônibus que devem chegar a Brasília até o dia 20 de maio, segundo previsão da CMP( Central de Movimentos Populares) e da CUT.
Já são 2.500 pessoas acampadas no Gran Circo Lar, área que abrigará os manifestantes que chegarem antes do dia 20 em Brasília.



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