São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2001

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PAINEL

Nau à deriva
O apoio a Jader Barbalho no PMDB está cada vez mais restrito à cúpula governista do partido, que avalia que a derrota do presidente do Senado dá força à candidatura Itamar Franco. Os demais já o consideram um fardo muito pesado para 2002.

Imagem desfocada
"Uma foto minha ao lado de Jader seria um prato cheio para a oposição", diz um senador do PMDB, candidato a governador.

Tempo fechado
Jader Barbalho incluiu em seu site uma página com a previsão do tempo em Brasília e no Pará, Estado do peemedebista. A expectativa não é nada boa para o presidente do Senado, que a cada dia sofre novas acusações: o tempo vai continuar ruim.

Antes só
A oposição vai tentar investigar Jader sem depender do apoio de senadores governistas. O primeiro exemplo foi a convocação do auditor do BC Abrahão Patruni para depor. A avaliação é que os pedidos de CPI servem apenas para parlamentares chantagearem o Planalto.

Em busca de apoio
Jorge Bornhausen (PFL) vai procurar Delfim Netto hoje para convidar o PPB a participar das primárias entre os partidos governistas. Apesar da pouca receptividade entre os aliados, o pefelista não desistiu da idéia.

Tango no escuro
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Alberto Giavarini, saiu à meia-luz do Itamaraty no fim da tarde de ontem. A escuridão só não era maior porque os holofotes das TVs iluminavam o saguão.

Deu no que deu
Piada ouvida ontem em Brasília a respeito da desvalorização disfarçada do peso argentino: "Parece a banda larga com movimento diagonal endógeno do Chico Lopes". Esse expediente foi o prenúncio da desastrada desvalorização do real em 1999.

Revoada tucana
Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas, negocia sua filiação ao PTB. Se trocar de sigla, pode ser o vice na chapa de Ciro Gomes. Só há um empecilho para a mudança: o tucano quer ter certeza de que a coligação com o PPS é para valer.

Só para lembrar
Há menos de um mês, Eduardo Azeredo esteve no Ceará conversando com o governador Tasso Jereissati (PSDB), tradicional aliado de Ciro Gomes.

Pedra no sapato
Apesar do discurso de que ainda crê em candidatura de união das oposições em 2002, Lula disse a auxiliares que o PT deve marchar sozinho, mas que ainda não pode assumir isso. Suplicy iria querer ser o vice. Possibilidade que lhe dá calafrios.

Manter as aparências
Para evitar dar holofotes a Suplicy, a cúpula do PT estuda com cuidado as regras da prévia, cujo resultado é mais do que previsto: Lula candidato. A idéia é fazê-la no mais curto espaço de tempo possível. Resta saber se o senador aceitará calado.

Fila eterna
Há 40 mil processos à espera de julgamento no Superior Tribunal de Justiça sobre a correção das perdas do FGTS provocadas por planos econômicos. Outras 25 mil ações ainda nem foram distribuídas no STJ.

Difícil de aprovar
Será favorável o voto do relator José Batochio (PDT), da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ao projeto de Mauro Benevides (PMDB) que torna obrigatória a realização de prévias para a indicação de candidatos a presidente em 2002.

Visita à Folha
Luiz David Travesso, presidente da AES Brasil Ltda., visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Elena Landau, assessora da AES, e de Paulo de Queiroz Andreoli, presidente da Paulo Andreoli & Associados.

TIROTEIO

Do deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), sobre a situação de Jader Barbalho (PMDB):
- O diagnóstico é de morte cerebral. Jader não tem mais condições para continuar presidindo o Senado Federal.

CONTRAPONTO

Bolso furado

Pedro Simon (PMDB) é conhecido como um dos políticos mais sovinas de Brasília. Quando almoça com outros parlamentares, costuma arrumar desculpas para escapar na hora de pagar a conta.
Sua fama de pão-duro surgiu no início dos anos 80, época em que almoçava com Ulysses Guimarães e Teotônio Vilela.
Comiam diariamente no restaurante do Senado. Políticos que dividiam a mesa com o trio contam que Simon sempre adiava o pedido da conta, dizendo que pretendia comer mais.
Ao ouvir a campainha que avisa o início da sessão, Simon saía às pressas e afirmava que acertaria o pagamento no dia seguinte.
Um dia, ao escutar a campainha, Teotônio antecipou-se:
- Hoje você não escapa! Você vai pagar a conta!
Constrangido, Simon tirou o talão de cheque do bolso e pagou. Todo mundo riu.


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