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Advogado confirma à PF ser autor de gravação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O advogado Gildo Ferraz confirmou ontem em depoimento à
Polícia Federal ser o autor da gravação da conversa em que o ex-banqueiro Serafim Moraes e sua
mulher, Vera Campos, acusaram
o senador Jader Barbalho
(PMDB-PA) de ter recebido um
cheque emitido para pagamento
de uma operação irregular com
Títulos da Dívida Agrária (TDAs).
Na conversa, publicada pela revista "IstoÉ", Moraes e Vera contam que pagaram os títulos ao fazendeiro Vicente Pedrosa da Silva
com um cheque. A transação teria
sido realizada no hotel Hilton, em
São Paulo, em dezembro de 1988.
Em seguida, o casal descreveu o
momento em que o fazendeiro teria passado o cheque às mãos de
Jader, que supostamente se encontrava no saguão.
O depoimento de Ferraz começou às 8h30 de ontem. Foi interrompido às 13h30 e recomeçou
no final da tarde. O advogado descreveu em detalhes ao delegado
Luís Fernando Ayres Machado,
que preside o inquérito na PF, o
suposto envolvimento de Jader
em operações de desapropriação
irregular de terras no Pará.
A quebra de sigilo bancário de
Moraes, de sua mulher e de Pedrosa deve ser pedida à Justiça
ainda hoje pelo delegado.
Na semana passada, o corregedor do Senado, Romeu Tuma
(PFL-SP), tomou os depoimentos
de Vera e Moraes. Nenhum dos
dois confirmou ter visto Jader recebendo o cheque. Apenas afirmaram ter visto o senador no hotel Hilton, em 12 de dezembro de
1988, quando o negócio foi fechado. Na ocasião, Jader teria cumprimentado Pedrosa.
Nos depoimentos, o casal explicou que a transação foi quitada
por um cheque como sinal e depois por uma ordem de pagamento, expedida no dia em que o negócio foi sacramentado no hotel.
Segundo o fazendeiro, o dinheiro que recebeu do casal não se originou de uma operação com
TDAs, mas do resgate de uma
operação na Bolsa. O delegado irá
a São Paulo nesta semana para tomar o depoimento do casal para o
inquérito da PF. Tuma, que
acompanha o caso a pedido de Jader, quer ouvir Pedrosa ainda esta
semana. "Se ele continuar a negar,
vamos fazer uma acareação."
O sigilo bancário de Pedrosa foi
quebrado durante as investigações do Ministério Público Federal sobre desvio de verbas em financiamentos da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Tuma enviou ofício ao procurador-geral da República, Geraldo
Brindeiro, solicitando que esses
dados sejam encaminhados à PF
para agilizar as investigações.
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