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Simon cogita afastar Jader e defende CPI
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O senador Pedro Simon
(PMDB-RS) cogita a possibilidade de o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), deixar
o cargo no segundo semestre. É a
primeira vez que o senador menciona a possibilidade.
Tal atitude, segundo Simon,
"deve ser estudada", caso o Ministério Público denuncie Jader e
o caso seja aceito pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Simon espera, também, que o
Senado tenha, nos próximos dias,
as 27 assinaturas necessárias para
a abertura da CPI da corrupção.
"Tudo isso terá de ocorrer a partir de agosto. Começaremos o recesso e, depois, poderemos ter
uma nova situação", afirmou o
senador gaúcho, que foi um dos
peemedebistas a assinar o requerimento pedindo a instauração da
CPI da corrupção e a defender sua
abertura.
A declaração de Simon é relevante por dois aspectos. Primeiro,
o senador é considerado uma espécie de referencial ético dentro
do partido. Tradicionalmente está
na linha de frente de condenações
morais, o que costuma fazer em
discursos inflamados no Senado.
Além disso, Simon é pré-candidato à Presidência da República e
quer desvincular o PMDB dos
partidos situacionistas.
"A melhor estratégia é que cada
partido tenha um candidato próprio no primeiro turno. É o mais
inteligente a ser feito. O presidente Fernando Henrique Cardoso
não pode forçar a nós e ao PFL a
apoiar um candidato do PSDB,
como está tentando fazer", afirmou o senador gaúcho.
Simon diz ter em mãos uma
pesquisa interna do PMDB segundo a qual, na disputa com o
governador de Minas Gerais, Itamar Franco, ele seria o escolhido
do partido para a disputa presidencial. ""Eu e o Itamar somos
amigos e vamos apoiar um ao outro, dependendo de quem for o
candidato. Mas fico muito feliz
com essa pesquisa", disse Simon,
para quem as bases do PMDB exigem candidatura própria.
"As bases não acompanhariam
o PSDB", disse.
Mesmo falando em amizade
com Itamar, Simon, indiretamente, marca uma diferença. "Na Presidência, eu me cercaria dos melhores e não de amigos", afirmou.
Quando Itamar era presidente,
sua administração ficou conhecida como "república do pão de
queijo", em alusão a seu grupo de
amigos de Minas que ocupou
postos-chave no governo.
Simon também diz que tem
trânsito suficiente para um "pacto
de governabilidade" com todos os
setores da sociedade, o que outros
não teriam.
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