|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RIO DE JANEIRO
Atual presidente é rival de Garotinho no PSB
CPI das privatizações pode mudar de rumo após troca do presidente
PEDRO DANTAS
DA SUCURSAL DO RIO
A Comissão de Constituição e
Justiça da Assembléia Legislativa
ameaça mudar hoje os rumos da
CPI das Privatizações no Rio.
Segundo o relator da CPI, Chico
Alencar (PT), a comissão planeja
substituir, em votação a ser realizada hoje, o deputado Jamil Haddad (PSB) pelo deputado Albano
Reis (PMDB) na presidência.
A disputa pela CPI, criada em
fevereiro, causou nova divergência no PSB fluminense entre o
presidente de honra do partido,
Jamil Haddad, e o governador
Anthony Garotinho, que se filiou
recentemente ao partido. Haddad
é contra a pré-candidatura do governador ao Planalto pelo PSB, e
Garotinho teria reprovado o fato
de ele presidir a CPI.
A CPI das Privatizações investiga a venda de estatais no Rio a
partir de 1995, após a criação do
Programa Estadual de Desestatização, no governo Marcello Alencar (1995-1998).
Em cinco reuniões, a CPI ouviu
diretores e sindicalistas das antigas estatais Flumitrens, Cerj
(Companhia de Eletricidade do
Rio de Janeiro) e Banerj (Banco
do Estado do Rio de Janeiro) e diretores de novas concessionárias,
como Light e Supervia.
Segundo Haddad, a CPI "incomoda muita gente" ao apurar
vendas como a do edifício-garagem da Coderte (Companhia de
Desenvolvimento Rodoviário e
Terminais), cujos documentos
desapareceram. "Essa manobra
política é uma prova de que estamos incomodando", disse.
Presidente da comissão, o deputado Paulo Albernaz (PSB), ligado a Garotinho, afirma que votará pela substituição de Haddad.
Ele classifica de "técnica" a troca
de presidente e não esconde o
descontentamento com a CPI.
"É justo que Albano Reis seja
considerado o autor do requerimento e presidente da CPI, pois
havia feito o pedido seis meses antes de Haddad. Além disso, a CPI
não trabalha com motivo certo
nem prazo determinado. No meu
entendimento, ela está morta desde o nascedouro", disse Albernaz.
Para Haddad, os trabalhos da
CPI não deverão continuar após a
substituição do presidente. Ele diz
que vai à Justiça para exigir a continuidade dos trabalhos.
A assessoria do governador informou que ele estava em Campos (norte do Estado) e não falaria sobre o assunto.
Texto Anterior: Túnel fantasma: Promotor suspeita que Lavicen serviu a envio ilegal de dólar Próximo Texto: Senado: Ex-assessor de FHC vai depor hoje em comissão Índice
|