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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Somados, seus principais adversários teriam 43,7%
Serra deve ter 41,8% do tempo no rádio e na TV
DA REDAÇÃO
Se o cenário político não se alterar substancialmente, o candidato do PSDB à Presidência, José
Serra, deve ficar com 41,8% do
tempo no horário eleitoral gratuito -pouco menos do que a soma
dos tempos de seus três principais
adversários: Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), Anthony Garotinho
(PSB) e Ciro Gomes (PPS).
Uma estimativa que leva em
conta o lançamento de sete candidatos ao Palácio do Planalto mostra que Lula teria 18,6% do tempo
no rádio e na TV, contra 16,5% de
Ciro e 8,6% de Garotinho. Esses
três candidatos teriam, ao todo,
43,7% do horário eleitoral.
A divisão no tempo no rádio e
na TV segue dois critérios: um
terço é dividido igualmente entre
todos os candidatos (e por isso
varia de acordo com o número de
candidatos lançados), e dois terços são divididos proporcionalmente às bancadas dos partidos
em 1º de fevereiro de 1999.
Assim, a coligação de Serra
(PSDB-PMDB) reuniria 182 deputados federais, contra 68 da
aliança PT-PMN-PC do B, 59 da
Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB), 19 da coligação PSB-PST e
apenas 1 deputado do Prona.
Eleição de 1998
A vantagem de Serra sobre seus
adversários é grande, mas é menor do que a de Fernando Henrique Cardoso em 1998. Naquela
eleição, a coligação governista
reunia PSDB, PFL, PPB, PTB e
PSD. Por conta disso, FHC dispunha de 49,7% do tempo na TV
-praticamente o mesmo dos outros 11 candidatos somados.
Isoladamente, porém, Lula estava numa posição algo melhor.
Apoiado por uma coalizão que
reunia PT, PDT, PSB, PC do B e
PCB, o petista dispunha de 23,2%
do tempo no horário gratuito, enquanto Ciro, apoiado pelo PPS e
pelo PL, tinha apenas 5,1%.
Neste ano, a aliança em torno
do petista encolheu, com a saída
do PSB (que lançou Garotinho) e
do PDT (que agora apóia Ciro),
enquanto a base de sustentação
do ex-governador cearense cresceu: o candidato do PPS terá três
vezes o tempo da eleição anterior.
As modificações resultam em
parte da divisão da coalizão governista, que elegeu FHC, e do
agravamento do racha na oposição, que agora terá mais um candidato competitivo (Garotinho).
Por causa disso, a eleição presidencial deste ano tende a ser menos polarizada que a de 1998.
Mas o cenário atual resulta também da verticalização das alianças, que restringiu as possibilidades de coligações. Após a desistência de Roseana Sarney, o PSDB
bem que tentou fechar alianças
com o PFL (105 deputados federais eleitos em 1998) e PPB (60 deputados eleitos), mas as resistências regionais impediram os acordos. As negociações para manter
o PTB (31 deputados eleitos) na
aliança tampouco tiveram êxito.
O PT, por sua vez, tentou obter
o apoio do PL, não tanto pelo ganho de tempo no horário gratuito, que seria pequeno (o partido
só elegeu 12 deputados em 1998),
mas pelo valor simbólico da aliança, que permitiria a conquista de
eleitores mais conservadores.
A verticalização também vai reduzir muito o número de candidatos ao Palácio do Planalto neste
ano. Como os pequenos partidos
dependem das coalizões regionais
para alcançar o quórum para eleger deputados estaduais e federais, o lançamento de uma candidatura à Presidência limitaria as
possibilidades de fazer alianças
fundamentais. Por isso, só os micropartidos de perfil ideológico
devem lançar candidatos próprios -o PSTU, o PCO e o Prona.
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