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Futuro da Varig poderá ser definido nesta semana
Justiça deverá decidir se aprova a proposta de compra dos funcionários
Varig também negocia novos prazos com BR Distribuidora e Infraero; presidente da TAP demonstra interesse
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pressionada por empresas de
leasing e por fornecedores, a
Varig enfrenta semana decisiva
em seu processo de recuperação judicial. A expectativa é de
que a Justiça do Rio decida no
começo da semana se a proposta do TGV (Trabalhadores do
Grupo Varig) é válida ou não.
Mesmo sem uma decisão oficial, juízes e executivos da Varig já começaram a discutir um
caminho alternativo, com a
oferta da portuguesa TAP, que
mantém conversações com a
Air Canada e com o fundo de investimento Brookfield, controlador do banco Brascan.
O presidente da estatal portuguesa, Fernando Pinto, está
no Brasil desde o início da semana passada. O executivo, que
já foi presidente da Varig, tem
exercido papel fundamental
nas negociações com fornecedores a fim de garantir novos
prazos para a Varig.
A empresa precisará voltar a
conversar com a BR Distribuidora porque os recebíveis oferecidos só garantem fornecimento de combustível até hoje.
Além disso, a Infraero pode
passar a cobrar as tarifas aeroportuárias à vista, antes do embarque dos passageiros, em razão do atraso nos pagamentos.
A Varig esperava receber
US$ 75 milhões como adiantamento do leilão de venda da Varig Operações, que reúne linhas
domésticas e internacionais. O
TGV, vencedor do leilão, não
conseguiu encontrar um sócio
disposto a financiar a empresa.
Segundo a assessoria do TGV,
os trabalhadores voltam a se
reunir hoje para discutir como
deverão proceder.
Uma das hipóteses em discussão pela Justiça é a decretação da falência continuada, na
qual a empresa mantém as operações. Ela eliminaria o risco de
sucessão de dívida para o comprador. A TAP atuaria como
parceira estratégica da Varig
até a realização do novo leilão.
Mas essa solução é contrária à
lei de recuperação judicial, pela
qual a falência implica extinção
da concessão, com as autorizações para realizar vôos.
Segundo Leur Lomanto, diretor da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), se a falência continuada for decretada, o
governo vai recorrer. "Não podemos deixar isso acontecer
dessa maneira", disse.
Na quarta-feira, a Varig tem
audiência marcada na Corte de
Falências de Nova York e precisa convencer o juiz Robert
Drain a estender a liminar que
protege 20 aviões de arresto.
Preocupados com os sucessivos cancelamentos de vôos da
Varig, os passageiros da companhia estão chegando aos aeroportos com antecedência
maior do que as duas horas habituais. É o caso da médica Elen
De Masi, 45, que esperava ontem no aeroporto de Guarulhos
para embarcar para Paris. Segundo ela, a agência errou e não
emitiu seu bilhete para o vôo
das 20h de ontem da Varig. A
companhia resolveu o problema, mas o vôo foi cancelado.
Em Guarulhos, foram cancelados ontem vôos da Varig para
Miami, Madri, Nova York, Manaus e Salvador, entre outros.
No aeroporto de Congonhas foram cancelados pelo menos
três vôos para o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro,
onde pelo menos quatro vôos
para São Paulo também foram
cancelados.
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