São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

TV Senado

Ao vivo, de novo

A máquina se move outra vez. TV Senado (acima) e os canais de notícias transmitiram ao vivo, ao longo do dia, os depoimentos sobre Renan Calheiros. Com os bate-bocas de antes. Também as rádios. E também os portais, com manchetes para a própria transmissão ou trechos selecionados, ao longo do dia todo. Folha Online e outros sites de jornais mudavam o enunciado seguidamente, desde "Conselho de Ética ouve lobista" até "Advogado de jornalista bate bota com senador". Manchetes que voltaram na escalada dos telejornais, à noite, como nos três primeiros destaques do "JN".

DESESPERANÇA
Para o correspondente da BBC, "os brasileiros devem ser desculpados por afundar na desesperança, sob o peso das alegações de corrupção que enchem os jornais". A ação "ampla da polícia" tocou "governadores, prefeitos, um ministro renunciou, juízes e procuradores foram presos". A depressão vem, não daí, mas da posterior "impunidade".

OU LADAINHA
Na home do UOL, destaque para texto de Tutty Vasques na "Veja Rio", dizendo que é "é preciso resistir à tentação de virar porta-voz do que estão falando pelos botecos: "basta!", "é o fim do mundo!". A ladainha dos indignados". Sugere, "ao primeiro sintoma, procurar inspiração lá fora", nas artes do Rio. "A persistir", diz, "procure um médico".

"FBI DO BRASIL"
O americano "Christian Science Monitor" seguiu a britânica "Economist" e se derramou em elogios à Polícia Federal na reportagem "FBI do Brasil pega os figurões", ontem. Verte os nomes retumbantes das operações, "Bloodsuckers", "Gladiator", "Razor", para afirmar que "marcam uma fase potencialmente nova na interminável batalha do Brasil contra o suborno". A PF está "longe de perfeita", mas se mostra "mais diligente e independente". E estaria passando o foco das cobranças à Justiça, para "ver se segue a liderança da agência federal de polícia".

EXUBERÂNCIA
Enquanto isso, em artigo no indiano "Financial Express", o professor de Yale Robert Shiller apresentou o "Brasil como um caso de exuberância racional", título do texto em que aconselha, no subtítulo, "não trate o boom da Bovespa como fenômeno psicológico". Repisa que "há razões para acreditar que os brasileiros podem estar racionalmente exuberantes", em contraste com a exuberância irracional das bolsas, dez anos atrás.

SUPREMACIA
Também sobre a Bovespa, o britânico "Financial Times" noticiou, de Buenos Aires, que o Banco Patagonia quer se lançar na bolsa brasileira, que movimenta US$ 1,5 bilhão por dia contra os US$ 60 milhões de lá. É "a primeira empresa argentina" a fazer tal opção. Para um diretor de corretora argentina, "isso sublinha a evidente supremacia". Mas, avalia, "ainda é cedo demais para falar em criar um único mercado de ações na região".

EMBRAER LÁ
A feira de aviação de Paris leva a Embraer aos títulos de jornais e agências financeiras há dias. Ontem a Bloomberg e a Thompson Financial noticiaram a encomenda de 40 aeronaves da brasileira. A segunda agência sublinhou que a concorrente canadense, Bombardier, anunciou quatro encomendas. "Financial Times" e o site MarketWatch avaliam que a Embraer dominou o nicho de mercado de jatos médios. Para o segundo, a demanda na faixa está em queda -e a brasileira já prioriza aviões maiores. E arrisca enfrentar as gigantes Boeing e Airbus nos próximos anos.

DA BOEING
Já o "Wall Street Journal" entrevistou o presidente da Boeing, ontem, e perguntou se ele pretende lançar versão menor do jato 737, visando "atingir o mercado de 100 lugares que é dominado pela Embraer". "É possível", foi a resposta, mas só daqui a "pelo menos sete anos", quando a americana renovar a linha.

DA CHINA
O site MarketWatch, que é vinculado ao mesmo "WSJ", registrou que esse mercado hoje nas mãos da Embraer deve ganhar concorrentes de China e Rússia, como noticiou também o "FT". Porém "os chineses" estariam mais adiantados, com uma "joint venture com a Embraer para construir o modelo ARJ21".


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@ - Nelson de Sá


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