São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2004 |
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PAINEL Xis da questão Interpretada por alguns como tribuna para José Dirceu fustigar Antonio Palocci, a recém-criada Câmara de Política de Desenvolvimento Econômico tem como pano de fundo, na verdade, uma outra disputa: a que opõe o ministro Luiz Furlan e o presidente do BNDES, Carlos Lessa. Apito na mão Ao criar a nova câmara, a ser presidida por Dirceu, Lula entregou ao chefe da Casa Civil a arbitragem do conflito Furlan-Lessa, que se arrasta desde o início do governo e recentemente ganhou destaque no noticiário. Tanto o ministro do Desenvolvimento quanto o presidente do BNDES terão assento no grupo. Em suspenso O caminho escolhido pelo Planalto deixa Furlan em situação desconfortável. Desde sempre, ele espera que o palácio diga em alto e bom som que o presidente do BNDES está subordinado ao ministro do Desenvolvimento. Com a câmara, ficam ambos sob a batuta de Dirceu. Linha de tiro 1 No entender dos serviços de defesa do consumidor, os idosos não são o único público que as operadoras de saúde privada esperam expurgar com o reajuste de até 81% nas mensalidades: os usuários de planos individuais, independentemente da idade, também estão nessa lista. Linha de tiro 2 Explicação do Procon paulistano: sobre as carteiras coletivas, o controle da ANS é ainda menor. "Para piorar, nos planos individuais está a maior parte dos idosos", diz André Lopes dos Santos, diretor de atendimento. Hora de afagar Lula gostaria de reconquistar o ex-deputado Eduardo Jorge, que abandonou o PT aborrecido com o presidente depois de uma discussão a respeito de verbas para a saúde. A idéia do Planalto é aproveitá-lo de alguma forma na missão de paz no Haiti. Estrela de ponta Detalhado levantamento realizado pela consultoria Arko Advice mostra que, no universo de 179 candidatos a prefeito nas 26 capitais, o PT tem a maior presença: 23 postulantes ao cargo majoritário. Em seguida, vem o nanico PSTU, com cabeças-de-chapa em 17 dessas cidades. Mapa da guerra O PSDB, assim como o PDT, tem candidato próprio em 13 capitais. O PMDB e o PPS, em 11. O PFL, embora maior do que outros partidos analisados no levantamento, emplacou concorrentes a prefeito em dez. Ver de novo A aliança PSDB-PFL, que elegeu e reelegeu Fernando Henrique Cardoso e poderá ser retomada em 2006, é repetida em nove capitais, entre elas São Paulo e Rio de Janeiro. Com o PMDB, aliado de 2002, os tucanos estão juntos em sete. Matéria-prima Dos 594 parlamentares, 95 concorrem em outubro. Do total, segundo a Arko, 76 pertencem à coalizão governista e 18 vêm das fileiras da oposição. Celeiro de votos Segue animada a disputa pelo eleitor evangélico. Candidato a vice na chapa de Marta Suplicy, Rui Falcão representou a prefeita petista, na noite de sábado, em um culto da igreja Paz e Vida que reuniu cerca de 10 mil pessoas no ginásio da Portuguesa. Desafio aos deuses Sem medo de despertar a ira de Orestes Quércia, que tirou o PMDB dos braços do PT na capital, o candidato peemedebista a vereador José Thadeu Mudalen garimpava votos no mesmo culto evangélico que recebeu Rui Falcão na noite de sábado. TIROTEIO Do deputado José Carlos Aleluia (BA), líder do PFL na Câmara, sobre as dificuldades enfrentadas pelo Palácio do Planalto em seu relacionamento com o Congresso Nacional: -O governo do PT é um governo de minoria. Viverá em crise permanente até o dia em que se curvar à necessidade de operar num sistema em que realmente existam partidos dentro do governo, e não partidos perifericamente fazendo o que o governo do PT quer. CONTRAPONTO Prosa de compadres
Antonio Palocci e Geraldo
Alckmin encontraram-se recentemente em um seminário realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. |
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