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Banco do Brasil afasta mais dois
ELVIRA LOBATO
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
O Conselho de Administração
da Brasilveículos decidiu ontem
afastar o diretor comercial, Antônio Batista Brito, até a conclusão
do inquérito administrativo que
investigará seu suposto envolvimento no saque de R$ 326,6 mil
em dinheiro da conta da DNA
Propaganda no Banco Rural,
ocorrido em janeiro de 2004.
Também foi afastado, pelo mesmo motivo, o gerente de núcleo
do CCBB (Centro Cultural Banco
do Brasil), Josenilton Andrade.
O inquérito foi aberto por causa
de reportagem publicada ontem
no jornal "Correio Braziliense",
segundo a qual os dois teriam levado o mensageiro da Previ (o
fundo de pensão dos funcionários
do Banco do Brasil) Luiz Eduardo
Ferreira da Silva ao apartamento
do ex-diretor do Banco do Brasil
Henrique Pizzolato, onde ele teria
sido pressionado a assumir a responsabilidade pelo dinheiro.
O Conselho Fiscal da Previ discutirá hoje no Rio a situação de
Pizzolato que, até sexta-feira, ocupou a presidência do Conselho
Deliberativo da entidade. O mensageiro já admitiu que apanhou o
pacote na agência bancária a pedido de Pizzolato e que o entregou
ao ex-executivo em seguida.
O presidente do Conselho Fiscal
da Previ, José Bernardo de Medeiros Neto, disse que o mensageiro
será chamado a depor perante o
conselho, embora já tenha gravado um depoimento, na sexta-feira
passada, admitindo o fato a auditores, advogados e dirigentes.
Além do saque na agência do
Banco Rural, os conselheiros examinarão os extratos do cartão de
crédito institucional que era usado por Pizzolato, para verificar se
houve mau uso do dinheiro do
fundo de pensão. Reportagem
publicada pelo jornal "O Globo"
mostrou que o cartão foi usado
para comprar vinhos e para a assinatura do site erótico Malícia.
Serão examinados os extratos
do cartão usado por Pizzolato
desde que assumiu a presidência
do Conselho Deliberativo, há dois
anos. O primeiro item da reunião
será a situação de Pizzolato, que
pediu aposentadoria do BB e deixou a presidência do Conselho
Deliberativo da Previ.
Medeiros Neto disse que o Conselho vai apurar se há relação entre a Previ e o dinheiro sacado do
Rural. Até o momento, não há indícios disso. O conselheiro, que
afirma não ser ligado a partido,
considerou ""muito grave" o envolvimento do ex-executivo.
O Conselho Fiscal não pode determinar medidas à direção da
Previ, mas pode fazer recomendações ao Conselho Deliberativo.
Desde que a Folha revelou, na
quinta-feira, o saque de R$ 326,6
mil de uma conta da DNA, o mensageiro Luiz Eduardo Ferreira, 40,
está sob tensão. Ele dormiu fora
de casa de sexta-feira a domingo,
por iniciativa de pessoas da Previ
que queriam poupá-lo do assédio
da imprensa.
Ele passou parte da noite de sexta-feira no apartamento de Pizzolato, que lhe teria pedido desculpas e dito que precisava encontrar
uma forma de ambos se saírem
bem do episódio. Segundo relatos, Pizzolato sustenta que pediu
ao mensageiro que apanhasse um
pacote na agência a pedido de
uma terceira pessoa e que também foi enganado.
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