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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/O PUBLICITÁRIO
Parlamentares vão analisar dados provenientes da quebra de sigilos; depoimento seria na 5ª
Oposição quer adiar ida de Valério à CPI dos Correios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição quer adiar o depoimento do publicitário Marcos
Valério Fernandes de Souza, previsto para a próxima quinta-feira,
na CPI dos Correios. Antes de reconvocá-lo, os parlamentares
pretendem analisar dados provenientes da quebra de seus sigilos
bancário, fiscal e telefônico.
Senadores e deputados do PFL e
do PSDB também preferem ouvir
primeiro a mulher do publicitário, Renilda Santiago, e a gerente
financeira da agência SMPB Simone Vasconcelos, que participaria do pagamento do suposto
"mensalão" a parlamentares.
A volta de Valério à CPI nesta
semana foi acertada pelo presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), depois de
o publicitário mudar sua versão
sobre os saques milionários feitos
em dinheiro vivo nas contas bancárias das agências de publicidade
das quais ele é sócio.
Na CPI, Marcos Valério afirmou que as retiradas eram para
pagar fornecedores. Agora, ele e o
ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares afirmam que as agências de
publicidade tomaram empréstimos bancários e repassaram para
o partido. Os saques de dinheiro
teriam sido feitos por pessoas indicadas por Delúbio.
Versões
"Está claro que eles estão montando versões, e cada versão desmente a última. Seria melhor ouvir primeiro a Renilda e a Simone", disse o deputado Gustavo
Fruet (PSDB-PR), sub-relator.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), no
entanto, insiste em ouvir Valério
nesta semana. "É para não paralisar a CPI. E se for necessário o
chamamos de novo depois.
Quem disse que só posso ouvi-lo
duas vezes?", disse Serraglio.
Está marcado para hoje o depoimento do ex-secretário-geral do
PT Silvio Pereira e para amanhã o
de Delúbio. A oposição e o relator
vão tentar fazer ligação entre o dinheiro repassado por Valério ao
PT e os contratos do publicitário
feitos com órgãos públicos.
O ex-tesoureiro e Valério tentaram restringir as acusações a um
crime eleitoral, confessando a
existência de um caixa dois nas
campanhas petistas.
Prisão
A Polícia Federal avalia a possibilidade de pedir à Justiça a prisão
de Marcos Valério. A iniciativa
depende de investigação sobre a
queima de notas de fiscais da
DNA, descoberta pela Polícia Civil, na semana passada, em diferentes locais de Belo Horizonte.
Segundo a PF, em primeiro lugar, é preciso saber se o material
destruído constituía algum tipo
de prova para os inquéritos que
investigam a atuação de Valério.
Decisivo, então, será reunir elementos para confirmar a eventual
participação do empresário nos
bastidores da queima.
A legislação ampara o pedido de
prisão preventiva em caso de se
comprovar que os investigados
tentaram destruir provas.
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