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Operações em mercado paralelo de doleiros chegam a US$ 20 bi, diz PF
DA SUCURSAL DO RIO
O chefe da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal, delegado Paulo Roberto Falcão, disse ontem que os
documentos apreendidos no Rio
de Janeiro, na operação Farol da
Colina, confirmam a existência de
um sistema financeiro paralelo,
criado por doleiros, para remessa
de dinheiro ilegal para o exterior.
Segundo o delegado, doleiros
do Rio de Janeiro movimentaram
US$ 873,5 milhões em 13 subcontas no banco Chase Manhattan,
de Nova York, entre 1997 e 2002,
período em que se concentram as
investigações da PF.
As subcontas faziam parte de
uma conta maior aberta no mesmo banco pela empresa Beacon
Hill, de Nova York, extinta no início do ano, que atendia a doleiros
de países da América Latina.
Segundo Paulo Falcão, 40 doleiros do Brasil mantiveram subcontas no Chase, em Nova York, dentro da conta-mãe aberta pela Beacon Hill, fora outras 20 contas
descobertas em outros bancos,
que teriam movimentado, ao todo, cerca de US$ 20 bilhões.
As maiores remessas para o exterior partiram de São Paulo. Segundo o delegado, duas subcontas paulistas da Beacon Hill movimentaram mais de US$ 500 milhões cada uma. A maior delas,
chamada de Medler, movimentou US$ 580 milhões. A outra, Ridler, chegou a US$ 516 milhões.
A conta de maior valor descoberta no Rio, Eleven, movimentou US$ 220 milhões.
Segundo a PF, dos 28 pedidos de
prisão temporária expedidos para
o Rio, 11 haviam sido cumpridos
até ontem: dez no Rio e um em
Minas Gerais.
O dinheiro enviado para o exterior, por doleiros, segundo o delegado, teria origem, principalmente, no subfaturamento de exportações e no superfaturamento de
importações.
(ELVIRA LOBATO)
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