São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

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Operações em mercado paralelo de doleiros chegam a US$ 20 bi, diz PF

DA SUCURSAL DO RIO

O chefe da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal, delegado Paulo Roberto Falcão, disse ontem que os documentos apreendidos no Rio de Janeiro, na operação Farol da Colina, confirmam a existência de um sistema financeiro paralelo, criado por doleiros, para remessa de dinheiro ilegal para o exterior.
Segundo o delegado, doleiros do Rio de Janeiro movimentaram US$ 873,5 milhões em 13 subcontas no banco Chase Manhattan, de Nova York, entre 1997 e 2002, período em que se concentram as investigações da PF.
As subcontas faziam parte de uma conta maior aberta no mesmo banco pela empresa Beacon Hill, de Nova York, extinta no início do ano, que atendia a doleiros de países da América Latina.
Segundo Paulo Falcão, 40 doleiros do Brasil mantiveram subcontas no Chase, em Nova York, dentro da conta-mãe aberta pela Beacon Hill, fora outras 20 contas descobertas em outros bancos, que teriam movimentado, ao todo, cerca de US$ 20 bilhões.
As maiores remessas para o exterior partiram de São Paulo. Segundo o delegado, duas subcontas paulistas da Beacon Hill movimentaram mais de US$ 500 milhões cada uma. A maior delas, chamada de Medler, movimentou US$ 580 milhões. A outra, Ridler, chegou a US$ 516 milhões.
A conta de maior valor descoberta no Rio, Eleven, movimentou US$ 220 milhões.
Segundo a PF, dos 28 pedidos de prisão temporária expedidos para o Rio, 11 haviam sido cumpridos até ontem: dez no Rio e um em Minas Gerais.
O dinheiro enviado para o exterior, por doleiros, segundo o delegado, teria origem, principalmente, no subfaturamento de exportações e no superfaturamento de importações.
(ELVIRA LOBATO)


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