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FGV defende indicação política no Senado
Servidores de carreira da Casa são principal alvo de reforma administrativa, que propõe demissão voluntária para mais de 3.000
Promessa é de redução de
R$ 376,4 milhões nos custos administrativos; número de funcionários terceirizados também ficaria 30% menor
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relatório apresentado ontem pela FGV (Fundação Getulio Vargas) para reforma administrativa do Senado sugere
cortes de pessoal que privilegiam funcionários comissionados (indicados por políticos)
em detrimento de servidores
concursados. A promessa é reduzir em R$ 376,4 milhões os
custos administrativos da Casa.
"O Senado é uma casa política. A lógica dela não é de organizações do Executivo. Na
composição dos gabinetes prevalecem as atividades levadas a
efeito de funcionários de confiança dos senadores", afirmou
Bianor Cavalcanti, consultor
responsável pelo relatório.
Hoje o Senado tem 2.864
funcionários comissionados,
segundo dados da própria Casa.
A proposta prevê limitar o número de indicações políticas
para 25 pessoas por gabinete,
uma redução de cerca de 13%.
O principal alvo do relatório,
porém, são os servidores de
carreira. Ele propõe a realização de um PDV (Plano de Demissão Voluntária) para 20%
do total de concursados: 3.337,
segundo dados do Senado.
Outra proposta que beneficia
os comissionados é a possibilidade de as vagas de chefia de
gabinete serem ocupadas por
pessoas fora do quadro de concursados. Atualmente, só quem
passou em concurso público
pode ser chefiar um gabinete.
A FGV também defende a
suspensão de concursos para
preenchimento de vagas decorrentes de demissão, morte ou
aposentadoria de funcionários
de carreira. A entidade também
prevê controle de frequência e
carga horária "para todos servidores efetivos", mas sem mencionar os comissionados.
De todos os cortes, o que
mais incomodou os servidores
foi a redução do número de FCs
(Funções Comissionadas), que
dão direito a adicionais salariais para funcionários com
cargos de chefia. Servidores ouvidos pela Folha calculam que
o corte deve chegar a 2.600.
O número de funcionários
terceirizados também será reduzido em 30%. Ao mesmo
tempo, a FGV propõe terceirização dos serviços da Gráfica
do Senado, que já foi denunciada por gastos exorbitantes.
Principal alvo de críticas, o
número de diretorias do Senado será reduzido a apenas seis,
conforme propõe a FGV. Em
março, foi revelado que a Casa
abrigava 181 diretorias, algumas delas ocupadas apenas pelo próprio diretor.
Para a FGV, o Senado possui
atualmente 41 diretorias. A redução proposta é de 85%. A entidade sugere ainda que o diretor-geral, o diretor de Controle
Interno e o advogado-geral tenham os nomes aprovados pelo
plenário.
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