São Paulo, quarta, 19 de agosto de 1998

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PAINEL

Direto no ponto fraco
FHC e Maluf optaram por começar suas campanhas na TV respondendo a críticas previsíveis antes que adversários as fizessem. Avaliam que, assim, poderão esvaziá-las. O presidente, por exemplo, concentrou-se no desemprego, tema que o PT não abordou no programa da tarde.

Piada paulista
Maluf (PPB) teria se inspirado na Eucatex para criar o comercial "Quero Meu Emprego de Volta". É que a empresa de sua família demitiu 1.400 funcionários, que devem ser os eleitores que estão loucos por trabalho.

Carimbo que dói
A equipe jurídica de FHC pedirá direito de resposta no horário de TV do PSTU, que relacionou o presidente à compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda da reeleição.

A mão tem dono
O programa do PSTU não citou FHC, mas associou um dos cinco dedos de sua campanha em 94 à compra de votos. Foi o suficiente para os advogados do presidente, que têm ordens de não deixar nada sem resposta.

Tiro pela culatra
FHC combinou com Covas que usaria o jantar de Montoro anteontem para lhe dar apoio. Mas Montorinho deu um pito no presidente, criticando seus outdoors com Maluf. A platéia se dividiu: uma parte aplaudiu o ataque, a outra ficou furiosa.

Noutra linha
Genoino discorda da avaliação de setor da campanha de Lula de que o programa de TV pode mudar a eleição presidencial. "O formato beneficia FHC." Diz que é preciso apostar na mobilização do partido. Só falta mesmo combinar com a militância.

A gosto do freguês
De Mendonça Filho (PFL), autor da emenda da reeleição e candidato a vice de Jarbas (PMDB) em PE, sobre o PT dizer que a eleição é ilegítima: "É típico. A legitimidade só existe quando eles lideram as pesquisas. Quando estão atrás, a eleição perde a legitimidade".

Dinheiro previsto
O Orçamento Geral da União para 99 prevê R$ 4,3 bilhões para o programa "Brasil em Ação". Desse total, R$ 400 milhões serão destinados a 20 novos projetos que serão incluídos no lugar de 14 obras com inauguração prevista para até dezembro.

Cesta de moedas
Nos cálculos do governo, os recursos para o "Brasil em Ação" devem chegar a R$ 32 bilhões em 99. Essa é a soma dos investimentos que seriam feitos pela União, Estados, municípios e organismos internacionais.

Virando moda
Os marketeiros vão abusar das paródias de comercias de produtos nas inserções dos candidatos. Ontem foi a "Brastemp" da petista Marta Suplicy (SP). Hoje é a vez de Rossi (PDT-SP) usar a estratégia.

Direita raivosa
O publicitário Fernando Barros (Propeg) acha que Enéas (Prona) pode até passar Ciro (PPS) com a proposta de criação da bomba atômica: "Em toda campanha uma parte do eleitorado procura um cacareco".

Guardou para a eleição
O governador do Paraná, Jaime Lerner, assinou ontem um decreto que estava engavetado desde o início do ano. O pefelista vai pagar R$ 6 milhões em indenizações a ex-presos políticos do Estado e a seus familiares.

Afogando-se em números
Orientação de ACM, Marco Maciel e Jorge Bornhausen aos candidatos do PFL: forçar a vinculação dos votos do partido ao presidente. "O duro é convencer o pessoal que o 25 do PFL é igual ao 45 do PSDB", diz um dos executores da estratégia.

Tom emocional
O primeiro programa de TV de César Borges, candidato do PFL ao governo da Bahia, foi inteiramente dedicado a Luís Eduardo Magalhães (morto em abril), ao som de "Força Estranha", um hit do cantor Roberto Carlos.

TIROTEIO

De Delfim Netto (PPB-SP), sobre José Aníbal (PSDB-SP) ter ironizado o fato de placas do deputado serem semelhantes às do governo do Estado de São Paulo:
- O José Aníbal cometeu um pequeno equívoco. É mais provável que o governador tenha copiado minha placas, que já uso há muito tempo. Mas isso não importa, só mostra o amor que o Covas tem por mim.

CONTRAPONTO

Pisando em ovos
Um grupo de peões de rodeio de Barretos, interior de São Paulo, foi ontem ao comitê de Francisco Rossi, candidato do PDT ao governo paulista.
Enquanto aguardavam ser atendidos, um deles comentou:
- Esse negócio de política dá um pouco de medo!
E exemplificou, lembrando a história de um locutor iniciante, que queria participar do rodeio de Barretos. Para ser testado, ele antes foi enviado a um evento menor, em Mococa.
Lá, resolveu fazer piada com a ex-chacrete Rita Cadillac, que havia feito um show na véspera do rodeio, dizendo que ela e o prefeito haviam se dado bem.
A audiência veio abaixo. O locutor se entusiasmou e continuou, adicionando detalhes picantes. O público adorou.
No final, pensando que havia arrasado, o locutor perguntou aos organizadores do rodeio de Barretos se estava contratado.
- Você só arranjou confusão. O prefeito daqui é padre.

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