São Paulo, quarta, 19 de agosto de 1998

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Faltam três assinaturas para começar a investigação sobre pagamento de R$ 75 milhões
Oposição quer CPI sobre precatório

RUBENS VALENTE
da Agência Folha, em Campo Grande

A oposição ao governador de Mato Grosso do Sul, Wilson Martins (PMDB), precisa de mais três assinaturas para criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para averiguar o pagamento do precatório (dívida judicial) de R$ 75 milhões feito à empreiteira Andrade Gutierrez.
Os deputados estaduais Ben-Hur Ferreira (PT) e Antônio Carlos Arroyo (PTB) entraram com dois requerimentos pedindo a criação da CPI na Assembléia, mas conseguiram apenas 5 das 8 assinaturas necessárias.
Ferreira disse que vai tentar o apoio dos três deputados que faltam ainda esta semana. Com a possibilidade de criar a CPI, Ferreira desistiu de convocar o secretário de Estado de Finanças, José Ancelmo dos Santos, para explicar o pagamento.
O líder do governo na Assembléia, Hosne Esgaib, disse ontem na tribuna que é a favor da CPI, mas não subscreveu o pedido.
O governo foi condenado em 1993, em ação contra o Dersul (Departamento de Estradas de Rodagem do Mato Grosso do Sul).
Ouvido em janeiro pela Agência Folha, o advogado do Dersul que atuou no caso, Nelson Shirado, hoje procurador-chefe do Dersul, admitiu que perdeu o prazo para recorrer, mas afirmou que "o maior problema" da ação foi o "calote" dado pela autarquia.
A dívida foi paga pelo governador Wilson Martins no último dia de 1997, com R$ 73 milhões da União e R$ 2 milhões do Tesouro do Estado.
A CPI está sendo discutida após o deputado federal Saulo Queiroz (PFL) ter denunciado ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, que o Mato Grosso do Sul teve um suposto prejuízo de R$ 155 milhões com a operação.
Segundo o deputado, o governo, ao usar recursos da União, contraiu dívida que deve ser paga em sete anos com juros de 2% ao mês.
O governo diz que a taxa de juros será de 6% ao ano e que fez economia ao usar os recursos.



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