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MS
Faltam três assinaturas para começar a investigação sobre pagamento de R$ 75 milhões
Oposição quer CPI sobre precatório
RUBENS VALENTE
da Agência Folha, em Campo Grande
A oposição ao governador de
Mato Grosso do Sul, Wilson Martins (PMDB), precisa de mais três
assinaturas para criar uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para averiguar o pagamento
do precatório (dívida judicial) de
R$ 75 milhões feito à empreiteira
Andrade Gutierrez.
Os deputados estaduais
Ben-Hur Ferreira (PT) e Antônio
Carlos Arroyo (PTB) entraram
com dois requerimentos pedindo
a criação da CPI na Assembléia,
mas conseguiram apenas 5 das 8
assinaturas necessárias.
Ferreira disse que vai tentar o
apoio dos três deputados que faltam ainda esta semana. Com a
possibilidade de criar a CPI, Ferreira desistiu de convocar o secretário de Estado de Finanças, José
Ancelmo dos Santos, para explicar
o pagamento.
O líder do governo na Assembléia, Hosne Esgaib, disse ontem
na tribuna que é a favor da CPI,
mas não subscreveu o pedido.
O governo foi condenado em
1993, em ação contra o Dersul
(Departamento de Estradas de
Rodagem do Mato Grosso do Sul).
Ouvido em janeiro pela Agência
Folha, o advogado do Dersul que
atuou no caso, Nelson Shirado,
hoje procurador-chefe do Dersul,
admitiu que perdeu o prazo para
recorrer, mas afirmou que "o
maior problema" da ação foi o
"calote" dado pela autarquia.
A dívida foi paga pelo governador Wilson Martins no último dia
de 1997, com R$ 73 milhões da
União e R$ 2 milhões do Tesouro
do Estado.
A CPI está sendo discutida após
o deputado federal Saulo Queiroz
(PFL) ter denunciado ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, que o Mato Grosso do Sul
teve um suposto prejuízo de R$
155 milhões com a operação.
Segundo o deputado, o governo,
ao usar recursos da União, contraiu dívida que deve ser paga em
sete anos com juros de 2% ao mês.
O governo diz que a taxa de juros
será de 6% ao ano e que fez economia ao usar os recursos.
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