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Bolsa-Família vai
unificar quatro
programas sociais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Bolsa-Família, cujo lançamento foi adiado, é um
programa unificado de
transferência de renda com
orçamento de R$ 4,3 bilhões
neste ano e de R$ 5,3 bilhões
em 2004. O cartão de pagamento das famílias e a campanha publicitária do programa terão o selo do Fome
Zero, o carro-chefe do governo Lula na área social.
Assessores de Lula cogitaram chamar a nova bolsa,
que reúne quatro programas
sociais, de Fome Zero, mas
avaliaram que a transferência de renda não deveria ser
associada a um só programa. Com a unificação, desaparecem numa primeira fase
os nomes Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Vale-Gás e
Cartão-Alimentação. Num
segundo momento, também
serão integrados os outros
dois programas sociais: o de
combate ao trabalho infantil
(Peti) e o de auxílio para os
jovens (Agente Jovem).
O novo programa pagará
um piso de R$ 50 a famílias,
podendo chegar a um teto
de R$ 95, dependendo do
número de filhos (de zero a
14 anos) e da existência de
gestantes entre os beneficiados. Serão atendidas 4 milhões de famílias até o fim do
ano. Terão direito as famílias
com renda per capita equivalente a R$ 50. A vantagem
do novo programa é que a
família receberá no mínimo
R$ 50. Hoje o valor médio do
Bolsa-Escola, maior programa social federal, é R$ 24.
Financiamento
O governo estuda a possibilidade de pedir financiamento externo para reforçar
o orçamento do novo programa. Mas o dinheiro não
seria utilizado para aumentar o número de famílias
atendidas ou o valor pago.
Se o governo fizer empréstimos para o setor, o dinheiro será usado para modernizar os processos de transferência de renda e de cadastramento das famílias. Já
houve conversas preliminares com o Bird (Banco Mundial) e o Bid (Banco Interamericano de Desenvolvimento) nesse sentido.
Uma das idéias é cadastrar
famílias usando computadores portáteis para digitar
os dados e enviá-los à Caixa
Econômica Federal, que paga os benefícios. Hoje o cadastro é feito manualmente
pelas prefeituras e os dados
são enviados à CEF depois
que toda a papelada é digitada. O prazo médio entre o
momento em que uma família é cadastrada pela prefeitura até o recebimento do
primeiro pagamento é de
três meses. Reduzir esse
tempo de espera é o principal objetivo do governo. (GABRIELA ATHIAS)
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