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MISSÃO ESTRATÉGICA
Assessor do PT, que se casa com Marta amanhã, coordenará conta do partido
Duda contrata Favre por R$ 20 mil
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O publicitário Duda Mendonça contratou o assessor do PT
Luis Favre para trabalhar em sua
empresa de marketing político,
como um dos coordenadores da
conta petista e de contratos internacionais.
Favre, 54, que se casa amanhã
com a prefeita de São Paulo,
Marta Suplicy, 58, receberá R$ 20
mil por mês, mais participação
dos lucros da DMMP (Duda
Mendonça Marketing Político).
"É uma cabeça política muito
boa. Conhece o PT, no que me
ajudará bastante", diz Duda, sobre o novo contratado.
Na campanha presidencial do
ano passado, Favre já havia trabalhado com Duda, sendo responsável pela comunicação entre a agência do publicitário e o
partido. Atuará diretamente na
campanha de Marta à reeleição.
A DMMP foi apelidada por
Duda de agência Estrela, porque
atenderá exclusivamente a contas do PT no Brasil. Por meio dos
diretórios nacional, estaduais e
municipais, o PT deve pagar à
empresa cerca de R$ 15 milhões
em 2003.
"A agência não trabalha nem
trabalhará para o governo federal, para governos estaduais ou
para prefeituras", diz Duda.
Essa foi a forma que achou para tentar diferenciá-la da Duda
Mendonça e Associados, que detém, com outras duas agências, a
conta institucional do governo
Luiz Inácio Lula da Silva, orçada
em R$ 150 milhões.
Como contratado de Duda, Favre assessorou neste mês o prefeito de Buenos Aires, Anibal
Ibarra, candidato de centro-esquerda reeleito no domingo passado, ao derrotar Maurício Macris, de centro-direita.
Duda recebeu propostas para
participar de campanhas eleitorais em Portugal, no México e na
África. Se fechadas, Favre deve
participar de algumas delas por
ser tido como homem de bons
contatos internacionais.
Em 2 de maio deste ano, chegou a ser publicada no "Diário
Oficial da União" a nomeação
de Favre como assessor especial
da Subchefia de Assuntos Federativos da Casa Civil da Presidência. Receberia R$ 6.300
mensais, valor que corresponde
à segunda maior faixa salarial
de funcionário comissionado
(DAS 102.5) do governo federal.
Nascido na Argentina e detentor de nacionalidade francesa, a nomeação de Favre esbarrou em problemas jurídicos.
Em 1998, emenda constitucional proposta pelo governo Fernando Henrique Cardoso permitiu a contratação de estrangeiros para o serviço público.
Na regulamentação, especificou-se que se tratava de professores do ensino público.
A contratação de Favre foi publicada no entendimento de
que a Constituição proíbe a discriminação entre brasileiros natos e estrangeiros. Então, seria
permitida a contratação de estrangeiros para o serviço público, até 1998 cargo restrito a brasileiros. Mas o entendimento da
Advocacia Geral da União foi a
de que era necessário uma lei
para regulamentar especificamente esse acesso.
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