São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Casa de esquina

Enquanto segue ajudando Renan Calheiros em plenário, agora com a proposta de unificar as representações remanescentes contra o peemedebista, o PT acena para a oposição com a proposta de uma "trégua" caso o presidente do Senado aceite se licenciar por, digamos, quatro meses. Tal cenário foi tema de conversa ontem entre o petista Tião Viana, vice-presidente da Casa, e os oposicionistas Tasso Jereissati (PSDB-CE), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Demóstenes Torres (DEM-GO).
Renan, como se sabe, não está disposto a sair da cadeira nem por 15 minutos. Nem mesmo o acordo para acabar com as sessões secretas ele se inclina a aceitar.

Por eliminação. Para felicidade de Renan, o apoio à sua licença não é consenso na oposição. Entre ele e um petista na presidência do Senado, há tucanos e "demos" que preferem a primeira opção.

Oficial. Em aparte ontem no plenário, Jarbas Vasconcelos sugeriu recorrer à Justiça para que seja quebrado o sigilo do painel de votações no dia da absolvição de Renan. "Nós podemos bater na porta do STF, que está muito arejado."

Ocupado. A animosidade entre deputados e senadores no julgamento de Renan, há uma semana, chegou ao banheiro. Em uma cabine, Luciana Genro (PSOL-RS) dava entrevista a uma rádio. No box ao lado, Fátima Cleide (PT-RO) berrava: "A sessão é secreta! A sessão é secreta!".

É... De Renan, antes de a sessão cair por falta de quórum na votação de indicações para Dnit e Abin: "A maioria aprova; à minoria cabe aceitar".

Em casa. A sessão de ontem só caiu após contribuição do PMDB. O boicote de cinco integrantes da sigla a Renan superou a adesão de dois senadores do DEM na indicação de Luiz Pagot para o Dnit.

Gaveta. A pasta das Cidades abortou a divulgação dos municípios beneficiados pelo Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. A lista havia despertado ira no PP do ministro Márcio Fortes por priorizar cidades governadas pelo PT. O anúncio só deve sair após aprovada a CPMF.

Urgente. Com a chapa do valerioduto mineiro esquentando, o senador tucano Eduardo Azeredo e Walfrido dos Mares Guia (PTB), que foi vice em sua chapa ao governo e hoje é ministro de Lula, têm se falado todo dia ao telefone.

Torneira. O TCU vota hoje o relatório sobre obras com indícios de irregularidades graves. De 231 analisadas, 77 foram consideradas problemáticas. O Dnit é órgão campeão. A empreiteira com maior percentual de contratos "gongados" é a Gautama.

PS. Apesar do pedido de indiciamento de Denise Abreu, os tucanos se dizem insatisfeitos com o relatório da CPI do Apagão Aéreo da Câmara. Prometem apresentar voto em separado para responsabilizar todo o comando da Anac.

De uma vez. Durante palestra a estudantes universitários em São Paulo, Marco Aurélio Mello foi indagado sobre a possibilidade de terceiro mandato para Lula. "Por que não a vitaliciedade?", devolveu o ministro do Supremo.

Reprise. O encontro de Geraldo Alckmin (PSDB) com Orestes Quércia (PMDB) para tratar de possível acordo na eleição paulistana é comparado, até mesmo por defensores de sua candidatura, à desastrada aliança com Anthony Garotinho selada pelo tucano tão logo passou para o segundo turno da disputa de 2006.

Visita à Folha. José Auricchio Júnior (PTB), prefeito de São Caetano do Sul, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Silvio Minciotti, diretor de Comunicação Social, e de Rita Camacho, gerente de imprensa da Entrelinhas Comunicação.

Tiroteio

"Justificar a existência de um imposto com o desconhecimento das pessoas não é papel de ministro de Estado, e sim de cabo eleitoral".
Da senadora KÁTIA ABREU (DEM-TO) sobre Guido Mantega (Fazenda), segundo quem o "cidadão comum nem sabe o quanto paga" de CPMF, e portanto a contribuição "não causa o malefício que se diz".

Contraponto

Questão temática

Presidente do PSDB paulista, Mendes Thame foi chamado a dar seu voto, em reunião na segunda-feira, sobre uma questão burocrática da direção do partido na pequena cidade de Brejo Alegre. Um colega explicou que a prerrogativa se devia ao fato de ele ter sido o deputado federal mais votado no município em 2006.
-Nem fiz campanha por lá...-, ponderou Thame.
-Mas o senhor não defende a causa do meio ambiente?-, perguntou Raul Christiano, membro da Executiva.
-Sim-, disse Thame, sem entender direito a colocação.
-Então: era só o que faltava o senhor não ser o parlamentar mais votado num município chamado Brejo!


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