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Renan volta e tem a 1ª derrota no plenário
Oposição deixa de votar nome do Planalto para o Dnit após senador não pôr em discussão fim do voto secreto em cassação de mandatos
Antes de sofrer revés, presidente do Senado afirmou que não pedirá licença do mandato e
nem pretende tirar férias
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
afirmou que não pedirá licença
do mandato e nem pretende tirar férias. Apesar disso, foi derrotado no plenário pela oposição, que faz uma "obstrução seletiva" das votações.
A derrota de Renan aconteceu porque o governo não conseguiu reunir 41 votos para
aprovar, ontem à noite, a indicação de Luiz Antonio Pagot
para a diretoria-geral do Dnit
(Departamento Nacional e Infra-Estrutura em Transportes).
Apenas 38 senadores deram
o quórum para votar após os líderes do PSDB, Arthur Virgílio
(AM), e do DEM, Agripino
Maia (RN), orientarem os senadores a se retirar. O placar só é
aberto com 41 votantes. Ontem
foi a primeira sessão deliberativa realizada no plenário do Senado depois da absolvição do
presidente da Casa.
A oposição queria, para votar
a indicação ao Dnit, que Renan
colocasse em discussão o fim
do sigilo e do voto secreto nas
sessões de cassação de mandato. No plenário, Renan negou
pedido dos senadores. Também rechaçou pedido do PSDB
para agilizar a tramitação da
PEC (Proposta de Emenda à
Constitucional) que impõe o
voto aberto e a necessidade de
afastamento da Mesa Diretora
de senadores que enfrentam
processos de cassação.
"A nossa pauta está trancada
por medidas provisórias. Então, nenhuma matéria legislativa pode tramitar senão as medidas provisórias, a não ser as
[indicações] de autoridades",
afirmou Renan. Há uma lista de
indicações à espera do aval do
Senado.
Críticas
Além de Pagot, o governo espera que outros nomes sejam
aprovados para diversos cargos
no governo, entre eles o de Paulo Lacerda, nomeado para a direção da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Pela manhã, Renan criticou o
senadores que ainda defendem
sua saída do cargo. "Em todo
Parlamento democrático do
mundo cabe à maioria decidir e
à minoria compreender."
"Licença, essa coisa não existe. Férias, nunca existiu. Até
terça-feira [da semana passada], a decisão era minha. Mas,
depois de quarta, a decisão em
relação à minha inocência e
permanência é do Senado", disse, antes de assumir a cadeira
da presidência para conduzir a
sessão de ontem.
Renan foi absolvido pelo plenário, em sessão e votação secretas, por 40 votos a 35. Houve
seis abstenções. Ele ainda enfrenta outros dois processos de
cassação por quebra de decoro
em andamento e um novo deverá ser aberto amanhã.
Conversa com Lula
O peemedebista também negou que tenha encontro agendado com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. "Falo com
o presidente toda vez que é necessário, com muita naturalidade, mas não tem nada de urgente para conversar", disse. E
emendou: "Eu ligo pala ele, ele
liga para mim. Nunca houve dificuldade".
Segundo a Folha apurou, Renan pretende falar por telefone
com o presidente Lula, para
analisar o melhor momento
para terem um encontro pessoalmente.
Segundo aliados, Renan e
Lula devem se encontrar hoje
depois de um evento no Planalto em que o presidente do Senado foi convidado.
Mais tarde, em outra entrevista, Renan foi lacônico ao responder sobre a proposta de fusão dos demais processos que
enfrenta na Casa. "Tem que seguir a legislação", disse.
(SILVIO NAVARRO e ANDREZA MATAIS)
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