São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2008

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PF contrata empresa ligada a irmão de delegado

Parente do nº 2 da corporação é gerente no Amapá de firma contratada pela PF no Maranhão desde 2004

BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA

A empresa Servi San Vigilância e Transporte de Valores Ltda -que tem como um de seus principais dirigentes o irmão do delegado Romero Menezes, número dois da Polícia Federal- tem contrato firmado com a superintendência da PF no Maranhão desde 2004. Até julho deste ano, a empresa já havia recebido da superintendência R$ 280.701,97, de acordo com dados do Portal da Transparência, que acompanha as despesas efetuadas pelos órgãos do governo federal. Romero Menezes foi afastado do cargo de diretor-executivo da PF na quarta-feira, depois de ter recebido voz de prisão temporária na terça-feira. Ele foi solto horas depois, beneficiado por um habeas corpus concedido pela Justiça. Seu irmão, José Gomes de Menezes Júnior, também foi preso, mas também já está em liberdade. Uma das razões da prisão do delegado foi uma suposta intervenção na superintendência da PF no Amapá em favor da Servi San, que tem o irmão como gerente no Estado. Romero, de acordo com a Procuradoria, é suspeito de incorrer nos crimes de advocacia administrativa, tráfico de influência e corrupção passiva privilegiada. No site da Servi San, há uma lista com clientes da empresa espalhados por todo o Brasil -a empresa atua em nove Estados, além do Distrito Federal. São citados 26 clientes do setor público, mas o contrato com a Polícia Federal não é citado. Procurada para comentar o contrato com a superintendência da PF no Maranhão e a ausência da instituição na lista pública de clientes da empresa, a Servi San, por meio de seu departamento jurídico, disse que não iria se manifestar. O advogado de José Gomes de Menezes Júnior, Cícero Bordalo Júnior, disse "desconhecer" o contrato. "Na área em que estou atuando [como advogado], não tenho acesso a essas informações", afirmou em Brasília, onde disse que foi resolver pendências jurídicas.

Vigilância armada
Segundo a PF no Maranhão, o contrato com a Servi San foi assinado em fevereiro de 2004 e, inicialmente, tinha vigência prevista até 1º de março de 2005, mas vem sendo prorrogado desde então. Pelo contrato, a empresa presta serviços de vigilância armada para a superintendência do Maranhão, em São Luís, com a manutenção de um posto diurno e outro noturno no prédio da Polícia Federal. De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o contrato seguiu todos os trâmites legais e não envolve irregularidades ou eventuais benefícios. Segundo informações da PF, a Servi San Vigilância e Transporte de Valores venceu uma licitação, na modalidade tomada de preços, tendo como concorrentes duas outras firmas de segurança, ambas do Maranhão.

Colaborou LUCAS FERRAZ, da Sucursal de Brasília



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