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SABATINA DA FOLHA
GILBERTO KASSAB
ELEIÇÕES 2008
Kassab discorda do DEM e diz que Lula faz "uma boa gestão"
Prefeito, porém, afirma que rival é Marta, elogia Maluf e quer Alckmin no 2º turno
CONTRARIANDO orientação
de seu partido, o DEM, o
prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab, elogiou, em sabatina à Folha, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar das
23 menções ao governador José Serra
(PSDB) e de apontar a petista Marta
Suplicy como sua rival, Kassab disse
que Lula "faz uma boa gestão". "Tem
sido um bom presidente para a cidade." Em resposta a Geraldo Alckmin
(PSDB), que na TV associa seu nome a
Celso Pitta, Kassab alegou que o ex-prefeito está hoje ao lado do tucano.
Kassab foi entrevistado pelos editores
de Brasil, Fernando de Barros e Silva,
e Cotidiano, Rogério Gentile, pela colunista Mônica Bergamo e pelo editor
responsável do "Agora", Nilson Camargo. Em duas horas de sabatina,
também respondeu ao público.
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) incluiu Lula entre os
maiores políticos do Brasil e
discordou do presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia
(RJ), para quem é preciso combater o "Deus da popularidade". Lula atingiu 64% de aprovação no último Datafolha.
"Hoje, os maiores políticos
brasileiros são o ex-presidente
Fernando Henrique, o presidente Lula e o governador José
Serra. Coloco os três no mesmo
patamar", disse Kassab.
"Divirjo [de Maia] nesse aspecto. Qualquer que seja o partido do presidente, há momentos em que você deve convergir, deve trabalhar em conjunto", afirmou o prefeito.
Ao responder como avalia o
governo Lula, Kassab afirmou
que "o presidente tem feito
uma boa gestão". "Ótima, não."
"Citando o caso de São Paulo,
ele tem sido correto. Tem sido
um bom presidente para a cidade de São Paulo. Algumas questão estão pendentes. Seria muito injusto não deixar público
esse reconhecimento."
Kassab foi cuidadoso até
quando declarou seu voto em
Serra para a Presidência, registrando o ano. "Serra é o homem
mais preparado para dirigir o
país a partir do ano de 2010."
Numa tentativa de neutralizar o discurso de Marta, que investe na associação a Lula, Kassab disse que "o diálogo com o
governo federal tem sido muito
bom". "Discordo da candidata
Marta que diz que, se ela for
eleita prefeita, o presidente Lula vai investir ali, investir aqui."
Falando de filas de credores
no início do mandato, Kassab
não poupou o governo Marta.
"No início da gestão, era caótica a situação do ensino público e da saúde pública."
PITTA
O prefeito também buscou
um antídoto contra o PSDB e o
PT, que o associam à gestão do
ex-prefeito Celso Pitta. Ao falar
de sua participação como secretário de Planejamento do
governo Pitta, Kassab afirmou
que o ex-prefeito integra o arco
de apoio a Geraldo Alckmin.
"Hoje o ex-prefeito Pitta é aliado do [ex-] governador Geraldo
Alckmin em campanha. É seu
aliado de campanha", disse.
Kassab fez também questão
de ressaltar que o hoje coordenador de programa do PT, Jorge Wilheim, era um dos seus
colaboradores.
"Fiquei lá um ano e três meses. Minha principal responsabilidade foi fazer o plano diretor. Tive como dois principais
colaboradores o ex-secretário
Adriano Branco e o ex-secretário Jorge Wilheim. Foram
meus consultores e, até o momento que concluí meu plano,
estiveram comigo como consultores."
Kassab se incluiu entre os
"50% dos paulistanos que depositaram voto nele [Pitta]".
"Evidentemente minha posição mudou" disse.
O prefeito afirmou que "distorções ao longo do mandato"
de Pitta fizeram com que se
afastasse. "No início da sua gestão, ele [Pitta] disse que não ia
fazer [loteamento de cargos].
Eu e Serra dizíamos que não
iríamos fazer. Nós não fizemos.
Ele fez", justificou Kassab,
acrescentando: "Não tenho
constrangimento nenhum em
dizer que dei meu voto e errei
no meu voto".
PSDB
Kassab assegurou que estará
ao lado do PSDB no segundo
turno. "Todos sabem que em
São Paulo existe essa coligação,
PSDB e Democratas. Essa coligação tem um líder em São
Paulo, que é o governador José
Serra, e estarei com ele no segundo turno."
Embora se diga confiante, o
prefeito admitiu subir no palanque de Alckmin caso o tucano chegue ao segundo turno. "É
muito difícil um candidato afirmar que não vai estar no segundo turno. Mas acho que respondi no momento que deixei claro
que o meu caminho será com o
PSDB, governando junto. A minha adversária é a ex-prefeita
Marta Suplicy [PT]."
ALCKMIN
Apesar do aceno ao PSDB,
Kassab evitou comentar os
atributos de Alckmin, insinuando até que não o considera
um bom gestor. Questionado
sobre o governo do tucano, e de
um déficit de R$ 1 bilhão que
teria deixado nas contas do Estado, contornou: "Tenho que
observar o governo Geraldo
Alckmin fazendo uma análise
dos 12 anos. O início do governo sempre é mais difícil. No início de sua gestão, o governador
[Mario] Covas tinha uma situação muito difícil. Foi competente, reorganizou as finanças
de uma maneira muito eficiente. O governador Geraldo Alckmin não teve a oportunidade
de mostrar esse talento".
Diante das insistentes perguntas, reagiu: "É evidente que,
se ao sair, ele [Alckmin] deixou
o Estado nessa situação, houve
problemas no planejamento do
governo, é evidente. Não sei as
razões, mas não é saudável do
ponto de vista da administração pública".
MALUF
Kassab elogiou a administração de Paulo Maluf (PP). "Ele
foi um bom prefeito, teve a
maior avaliação na história do
Datafolha, elegeu o sucessor,
mas é evidente que, como todo
homem público, é visível que
teve uma carreira que também
tem equívocos. Tanto que hoje
ele é candidato a prefeito e não
tem no índice das pesquisas
uma participação compatível
com aquela avaliação."
O prefeito evitou responder
ao ser questionado se Maluf tinha desviado recursos públicos. "Aí é uma questão da Justiça. Acho que a Justiça acaba
tendo as ações necessárias para
identificar essa questão."
Questionado, depois de tantos elogios, sobre sua opção por
Paulo Maluf contra Mario Covas nas eleições de 1998 para o
governo de São Paulo, Kassab
insistiu na tese de que cumpria
uma missão pela reeleição do
então presidente Fernando
Henrique Cardoso.
"Foi um processo nacional, o
apoio do meu partido, onde havia o apoio da candidatura do
presidente Fernando Henrique
à reeleição. Não foi conduzido
por mim. Um processo que reelegeu FHC presidente da República. Portanto, tinha um fato
maior", alegou.
"Em relação ao Mario Covas
posso lhe dizer que, no segundo
turno, até para demonstrar o
apreço que ele tinha por mim,
ele fez questão de receber o
apoio no meu escritório pessoal", argumentou Kassab, afirmando que suas relações pessoais com Covas "sempre foram muito boas".
Kassab explicou ainda por
que apoiara Maluf anteriormente, dizendo que, "na época,
o adversário dele era Eduardo
Suplicy [PT]". "Eu entendia
que Paulo Maluf era mais bem
preparado do que Suplicy."
O prefeito não quis dizer se
aceitaria o apoio de Maluf num
eventual segundo turno. "Seria
arrogante ou uma pretensão falar em segundo turno."
FHC
Kassab disse duvidar que tenha havido compra de votos
para a reeleição de FHC, como
dissera Maluf na sabatina de
anteontem. "Conheço FHC.
Suas qualidades, seu caráter,
espírito público. Não acredito."
SONINHA
O prefeito rechaçou a afirmação da vereadora Soninha
Francine (PPS) de que há compra de votos na Câmara. Ele
afirmou "nunca" ter ouvido um
pedido de dinheiro ou cargo.
"Em relação à nossa prefeitura, estou tranqüilo. A relação
é de muita transparência. Não
há interferência do Poder Legislativo. Não há loteamento."
QUÉRCIA
Kassab admitiu consultar o
ex-governador Orestes Quércia
(PMDB) para a montagem da
equipe. "O governo continuará
o mesmo. Não haverá alterações. Mas alterações que acontecerem, vou discutir -por que
não?- com o [ex-] governador
Quércia, com o governador
Serra, com Claudio Lembo
[DEM]. A escolha é minha."
SERRA
Kassab exaltou sua relação
com Serra. "Não sei se dá para
comparar se o Serra é mais
amigo meu ou mais amigo do
Alckmin. Mas dificilmente ele
terá uma relação diferente. Se
ele tem estima pelo ex-governador Geraldo Alckmin, ele
tem estima igual por mim."
"Quanto ao segundo turno, o meu caminho é com o PSDB.
Todos sabem que em
São Paulo existe essa
coligação, PSDB e Democratas. Que tem como seu líder o governador José Serra"
"Ele (Lula) tem
feito uma boa gestão, o
seu governo tem problemas, mas é evidente
que essa avaliação é
compatível com uma
boa gestão do ponto de
vista genérico. Tem sido um bom presidente"
"A cidade ainda
não está preparada para o pedágio urbano, dificilmente nas próximas décadas nós implantaremos. Não é justo socialmente. (...) Beneficiaria os ricos"
"Não sei se o Serra é mais amigo meu
ou do Alckmin. Mas dificilmente ele terá uma
relação diferente. Se ele
tem estima pelo ex-governador, tem estima
igual por mim"
"Não vai aumentar a passagem (de ônibus, em 2009)
Acredito que existe a
possibilidade de para
alguns setores diminuir ISS e aumentar receita. Estudos que são
realizados na nossa secretaria de Finanças.
Mas não existe esse
compromisso"
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