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Prefeito é pressionado a priorizar acessibilidade
Segundo IBGE, 33,41% dos habitantes da cidade se autodeclaram com deficiência física ou psicológica
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A SÃO GONÇALO DO PIAUÍ (PI)
Candidato à reeleição em São
Gonçalo do Piauí, a 132 km de
Teresina, o prefeito do município é pressionado dentro da
própria casa para melhorar as
condições de acessibilidade e
de atendimento de saúde às
pessoas com deficiência.
A cidade possui a maior proporção nacional de deficientes
do país. Lá, segundo dados do
IBGE, 33,41% dos habitantes se
autodeclaram com deficiência
física ou psicológica.
Dois deles são irmãos do prefeito. Antonio, 62, e Francisco,
49, nasceram cegos e cobram
do irmão Pedro Ferreira da Silva (PMDB) a adaptação de todas as calçadas. Uma via exclusiva, com rampas nas esquinas,
foi recentemente concluída na
avenida principal da cidade.
"Eu já falei pra ele [prefeito]
que eu quero ir pra toda a cidade, não só aqui [na avenida
principal]", diz Francisco, que
teme ser atropelado.
Não há uma explicação científica para essa proporção de
deficientes na cidade (a média
nacional é de 14,5%). No caso
da família do prefeito, porém,
há um motivo já esclarecido: o
casamento consangüíneo.
Primos, Alfredo, 83, e Ozila,
85, tiveram oito filhos. Três
nasceram cegos -além de Antonio e Francisco, uma mulher,
que vive em Teresina.
"[A pressão] começa dentro
de casa, com a família. No começo eu achava que [essa proporção de deficientes] não era
uma realidade verdadeira. Mas
ela existe", afirma o prefeito.
"Falta recurso para fazer todo o
trabalho", completa.
Na cidade, além de deficientes visuais, há surdos e muitos
cadeirantes. No não há um centro de fisioterapia nem médico
nos finais de semana.
O prefeito se considera candidato único. Nas ruas não há
cartazes nem campanha. Sua
adversária, Antonia Batista
(PTC), não tem dinheiro nem
para produzir cartazes.
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