São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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Tucanos querem irmão e amigo do presidente na CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB prepara uma ofensiva nas CPIs contra o PT e o governo, da qual faz parte um pedido de convocação de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a cobrança para que se marque a data do depoimento do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.
A moderação foi abandonada pelos tucanos devido ao depoimento, marcado para hoje, de Cláudio Mourão, ex-tesoureiro do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), atual presidente do partido. Eles também estão irritados com o discurso adotado por Lula e pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, contra a oposição e o ex-presidente Fernando Henrique (1995-2002).
A estratégia foi montada em reunião anteontem no gabinete do senador Tasso Jereissati (CE). Participaram o senador Arthur Virgílio (AM) e os deputados Alberto Goldman (SP), Eduardo Paes (RJ), Carlos Sampaio (SP), Gustavo Fruet (PR) e Custódio Matos (MG).
Vavá é acusado de tráfico de influência, mas até agora os tucanos defendiam que essa investigação fosse feita pelo Ministério Público. Já Okamotto, cuja convocação já foi aprovada pela CPI dos Bingos, afirmou ter pago um empréstimo de R$ 29,4 mil concedido pelo PT a Lula.
Na reunião foi levantada a possibilidade de pedir a convocação dos tesoureiros das campanhas petistas dos senadores Aloizio Mercadante (SP), Ideli Salvatti (SC) e do deputado Jorge Bittar (RJ).
O PSDB também está redigindo uma nota, em conjunto com o PFL, que deve ser divulgada hoje, em que acusa o PT e o governo de quererem "confundir" corrupção e caixa dois. O objetivo é tentar separar a situação de Azeredo do "mensalão".
Azeredo admitiu à CPI dos Correios a existência de caixa dois em sua campanha à reeleição ao governo de Minas, em 1998, mas jogou a responsabilidade para Mourão, que também inocentou Azeredo. A fonte dos recursos seriam empresas do publicitário Marcos Valério.
Para os tucanos, as campanhas estaduais não são o foco da CPI e, por isso, Mourão não deveria ter sido convocado. Esse foi o argumento usado pelo relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), para não incluir Azeredo no relatório de agosto em que listou 19 parlamentares passíveis de cassação por suposta quebra de decoro. (FERNANDA KRAKOVICS)

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