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Tucanos querem irmão e amigo do presidente na CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB prepara uma
ofensiva nas CPIs contra o
PT e o governo, da qual faz
parte um pedido de convocação de Genival Inácio da
Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, e a cobrança para que
se marque a data do depoimento do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.
A moderação foi abandonada pelos tucanos devido
ao depoimento, marcado
para hoje, de Cláudio Mourão, ex-tesoureiro do senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG), atual presidente do partido. Eles também
estão irritados com o discurso adotado por Lula e pelo
presidente do PT, Ricardo
Berzoini, contra a oposição e
o ex-presidente Fernando
Henrique (1995-2002).
A estratégia foi montada
em reunião anteontem no
gabinete do senador Tasso
Jereissati (CE). Participaram
o senador Arthur Virgílio
(AM) e os deputados Alberto Goldman (SP), Eduardo
Paes (RJ), Carlos Sampaio
(SP), Gustavo Fruet (PR) e
Custódio Matos (MG).
Vavá é acusado de tráfico
de influência, mas até agora
os tucanos defendiam que
essa investigação fosse feita
pelo Ministério Público. Já
Okamotto, cuja convocação
já foi aprovada pela CPI dos
Bingos, afirmou ter pago um
empréstimo de R$ 29,4 mil
concedido pelo PT a Lula.
Na reunião foi levantada a
possibilidade de pedir a convocação dos tesoureiros das
campanhas petistas dos senadores Aloizio Mercadante
(SP), Ideli Salvatti (SC) e do
deputado Jorge Bittar (RJ).
O PSDB também está redigindo uma nota, em conjunto com o PFL, que deve ser
divulgada hoje, em que acusa o PT e o governo de quererem "confundir" corrupção e caixa dois. O objetivo é
tentar separar a situação de
Azeredo do "mensalão".
Azeredo admitiu à CPI dos
Correios a existência de caixa dois em sua campanha à
reeleição ao governo de Minas, em 1998, mas jogou a
responsabilidade para Mourão, que também inocentou
Azeredo. A fonte dos recursos seriam empresas do publicitário Marcos Valério.
Para os tucanos, as campanhas estaduais não são o foco da CPI e, por isso, Mourão não deveria ter sido convocado. Esse foi o argumento usado pelo relator da comissão, deputado Osmar
Serraglio (PMDB-PR), para
não incluir Azeredo no relatório de agosto em que listou
19 parlamentares passíveis
de cassação por suposta quebra de decoro.
(FERNANDA KRAKOVICS)
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