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PT espera carta de desfiliação de Delúbio Soares
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A direção petista espera que
até sábado o ex-tesoureiro da
sigla Delúbio Soares entregue
uma carta de desfiliação. Esse
documento provocaria o arquivamento do processo de expulsão contra Delúbio e reduziria o grau de tensão envolvendo um dos principais nomes ligados ao "mensalão".
A Folha apurou que Delúbio
já redigiu essa carta de desfiliação do PT há algum tempo,
com a ajuda de seu advogado.
Há ainda, entretanto, uma pequena chance de ele enfrentar o
processo de expulsão até o final. A votação está marcada para a reunião do Diretório Nacional do partido, no próximo
sábado, em São Paulo.
Nos últimos dias, Delúbio
tem sido procurado por vários
emissários do PT e do governo.
Está praticamente convencido
de que o melhor para ele será
evitar a expulsão, desfiliando-se antes.
A interlocutores mais próximos, Delúbio diz estar ciente
da necessidade política da sua
saída do PT. Assumiu praticamente sozinho toda a responsabilidade pelo que chama de
"dinheiro não-contabilizado"
para campanhas eleitorais.
O ex-tesoureiro do PT e da
campanha presidencial de Luiz
Inácio Lula da Silva demonstra
ressentimento ao ver petistas
importantes dando entrevistas
e se eximindo totalmente de
responsabilidade no caso. Delúbio continua mantendo em
público a versão de caixa dois
para todo o dinheiro não-contabilizado por fidelidade a Lula.
O presidente da República
sempre foi o grande fiador da
permanência de Delúbio no
cargo de tesoureiro do PT,
mesmo quando vários cardeais
petistas, como Antonio Palocci
e José Dirceu, tentaram uma
mudança já há mais de um ano.
Em conversas reservadas,
Delúbio chega a dizer, em tom
sarcástico, que gostaria de ir à
reunião do Diretório Nacional
do PT para assistir como seria a
votação de sua expulsão. Delúbio mira em alguns dirigentes
petistas que devem votar pela
sua expulsão do partido -mas
que teriam sido beneficiados
pelo dinheiro ilegal agora conhecido como "mensalão".
A saída silenciosa e espontânea de Delúbio do PT é desejada pelo Palácio do Planalto. Seria a eliminação de mais um
dos principais vetores que alimenta a atual crise política.
No momento, o interesse do
ex-tesoureiro é reforçar sua
imagem de aliado extremamente fiel ao presidente Lula.
Ômega
Delúbio comprou há duas semanas um carro Ômega importado blindado, ano 2000,
com um cheque de R$ 67 mil.
O carro, segundo o advogado
Paulo Viana, amigo de Delúbio, foi comprado a pedido da
família, que temia pela segurança de Delúbio. Viana disse
ainda que, para comprar o carro, Delúbio vendeu o Toyota
Corolla 2005 por R$ 60 mil.
Colaborou a Reportagem Local
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