São Paulo, sexta-feira, 19 de outubro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Reunião de pauta

Dado que o governo decidiu se entender prioritariamente com o PSDB para aprovar a prorrogação da CPMF, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) se reúnem hoje em São Paulo com três senadores do partido -Tasso Jereissati (CE), Arthur Virgílio (AM) e Sérgio Guerra (PE)- na tentativa de afinar o discurso sobre o que pedir em contrapartida.
A pauta de Aécio inclui desoneração do PIS/Cofins para saneamento, elevação de 29% para 46% do percentual da Cide repassado aos Estados e aumento da compensação pelas perdas com a Lei Kandir. Os senadores, além de um ou outro pleito individual, defendem a redução gradativa da alíquota do imposto do cheque -iniciativa que Serra preferiria abortar.

Duo. Tucanos acham que o DEM cumpriu papel importante ao bater o pé contra a CPMF: obrigou o governo a negociar. Com o PSDB.

"Demo" light. Jayme Campos (DEM) diz que sua sigla deveria reabrir discussão sobre a CPMF. Para o senador, aliado do governador Blairo Maggi (PR-MT), não se pode ser "radical" se o governo "flexibilizar" a cobrança.

Doce lar. Renan Calheiros (PMDB-AL) adia a saída da residência oficial da presidência do Senado a pedido da mulher, Verônica. A decisão só deve ser tomada quando ela voltar de tratamento médico que realiza em São Paulo.

Imexível. Renan e José Sarney (PMDB-AP) tentam influir na sucessão por motivo bem concreto: querem manter o que for possível da estrutura de poder compartilhada por ambos no Senado -o que inclui as diretorias, cargos de confiança e a caixa-preta das informações sobre gastos.

S.O.S. Cesar Borges, que migrou para o PR, aciona canais que conservou no DEM num esforço para preservar o mandato. Na Bahia, o senador conta com o grupo de ACM Neto.

Atropelo. As centrais admitem erro na votação que transformou em opcional o pagamento do imposto sindical: negociaram com as cúpulas partidárias em vez de procurar líderes da Câmara.

"Tranqüilis". Sindicalistas apostam que o item que desobriga o trabalhador de pagar o imposto cairá nas comissões do Senado. Farão pressão para que a matéria seja relatada por Marco Maciel (DEM-PE) na CCJ e por Francisco Dornelles (PP-RJ) na CAE. Em última instância, acreditam, Lula vetaria o dispositivo.

Em família 1. O prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), anunciou apoio à pré-candidatura do deputado estadual Vanderlei Siraque em sua sucessão. Ato contínuo, demitiu o secretário Mário Maurici (Governo), marido da vice Ivete Garcia, também pré-candidata ao cargo.

Em família 2. Avamileno disse que Maurici está muito envolvido na campanha do filho, que disputará a eleição em Franco da Rocha. Na casa do prefeito há divisão: um dos filhos, Fabiano, é da linha de frente da campanha de Ivete, enquanto outro, Fabrício, é assessor de Siraque.

Bololô. Petistas paulistas desistiram de produzir material para a eleição interna do partido juntando candidatos de sua preferência. Isso porque a disputa estadual entre Edinho Silva e Zico Prado não segue a lógica de correntes.

Lenha. A Artesp contesta Cláudio Lembo (DEM), segundo quem a agência prorrogou de forma autônoma as concessões de estradas paulistas no final de 2006. "Cabia ao secretário de Transportes, que formalmente tomou a decisão, avisar o governador", diz o presidente Carlos Dória.

Giro. O ministro Tarso Genro (Justiça) apresentou o Pronasci ao diretor-geral da Unesco, o brasileiro Márcio Barbosa, em Paris. A entidade deve criar um observatório para monitorar o programa.

Visita à Folha. Orlando Silva, ministro do Esporte, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Márcia Gomes, chefe da assessoria de comunicação do ministério, e de Íris Campos, sócia-diretora da IW Comunicações.

Tiroteio

Tentar ficar com parte do imposto sindical mostra o comodismo que tomou conta das centrais. Minha geração sempre foi contra isso.
Do deputado federal DEVANIR RIBEIRO (PT-SP), ex-sindicalista, sobre a grita das centrais após a Câmara aprovar, anteontem, projeto que desobriga o trabalhador de pagar o imposto sindical.

Contraponto

Nada a declarar

Mais de 50 senadores participaram na quarta-feira de uma reunião com José Alencar sobre a prorrogação da CPMF. No comando da Casa desde a licença de Renan Calheiros (PMDB-AL), Tião Viana (PT-AC) recebia as inscrições para que os colegas se pronunciassem.
-Presidente Sarney, o senhor não quer usar a palavra?-, indagou.
Até então calado, José Sarney (PMDB-AP) respondeu:
-Eu não! Se falar alguma coisa vão dizer que sou candidato a presidente do Senado. Então, vou é ficar quieto!


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