São Paulo, sexta-feira, 19 de outubro de 2007

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Lula rejeita CPMF com alteração e alfineta o DEM

DO ENVIADO A LUANDA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou ontem mudanças na emenda que prorroga a CPMF, dizendo que quer sua aprovação no Senado tal como saiu da Câmara. Em Luanda, capital de Angola, ele ironizou o Democratas, partido de oposição, chamando-o de "Demo". O Democratas, antigo PFL, usa a sigla DEM.
"Se os "demo" estão dizendo que vão fechar questão contra, é um problema deles."
Lula disse que "não faz sentido" mudar a emenda agora. "A CPMF tem projeto aprovado pela Câmara. E agora vai ser votado no Senado. Não tem sentido ter votado na Câmara e tentar modificar no Senado."
A emenda que prorroga por quatro anos o chamado imposto do cheque foi aprovada com folga na Câmara. No Senado, no entanto, a margem do governo é mais apertada.
Questionado sobre a proposta de isentar da contribuição a faixa mais pobre da população, Lula se mostrou irredutível. "Não tem condicionante". Lula e seus ministros têm dito que seu fim implicaria no corte de gastos sociais, investimentos e no aumento de impostos.
"Enquanto o vice-presidente vem aqui, numa atitude de elegância, em busca do diálogo, o titular se dirige a nós de forma insultuosa, numa atitude arrogante que não condiz com a estatura de um presidente", afirmou ontem o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN).
Presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), disse que "a forma jocosa com que ele trata os temas brasileiros precisa ser revista. Ele não está numa mesa de bar conversando com um amigo, ele é o presidente da República e deveria, no mínimo, respeitar o cargo que ocupa."
O presidente afirmou ainda estar convicto de que sua base de apoio estará unida em 2010. Mas disse não estar preocupado com isso agora.
(FÁBIO ZANINI)


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